Os enfermeiros que atuam na Santa Casa de Campo Grande decidiram realizar uma paralisação, na manhã desta terça-feira (9), e protestaram na frente do hospital pedindo para que as demandas fossem atendidas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso do Sul, Lázaro Santana, o protesto ocorreu após uma assembleia extraordinária realizada na manhã de segunda-feira (8), onde foi discutido a questão do atraso no pagamento.

"A Santa Casa deveria ter efetuado o pagamento da sexta-feira (5), e nessa mesma data ela alegou que não tinha porte financeiro por conta de uma renovação e discussão de um contrato com a prefeitura", disse.

Ele afirmou que, como não há previsão para o pagamento, a categoria decidiu suspender as atividades e realizar a paralisação na manhã desta terça-feira, para alertar a diretoria do Hospital.

"Caso não se resolva isso, o pagamento dos trabalhadores até o meio-dia, vamos convocar uma nova assembleia para poder deliberar uma greve", ressaltou.

Ainda conforme Lázaro, somente 30% do efetivo trabalharia na Unidade de Saúde, enquanto os outros 70% estariam com os braços cruzados diante da situação.

Para o enfermeiro Jairo Melo, que trabalha no hospital há quatro anos, o fato de não receber salário tem gerado problemas em cadeia para todos os profissionais na vida pessoal, pois muitos não conseguem arcar com as contas que não esperam.

"Nós não conseguimos trabalhar tranquilos. É um problema que é recorrente já faz algum tempo, nós temos dificuldade de honrar com os nossos compromissos pessoais por conta do atraso da instituição", relatou.

Ele destacou, também, que o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo do Servidor), que deve ser depositado mensalmente, não é feito desde que ele entrou no hospital há quatro anos.

"Todo final de ano é a mesma coisa com o nosso 13°. E nós sabemos agora que a PEC foi aprovada com um novo reajuste salarial, de piso. Então com o nosso salário base de R$ 1,7 mil já acontece isso, imagine quando aumentar", finalizou.

Em nota, a Santa Casa afirmou que a partir desta terça-feira (9), serão retomados gradativamente os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas.

Porém, a prefeitura não retornou a respeito da situação e como ficará o acordo com a diretoria do hospital.