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Campo Grande

02/05/2025 07:00

Após ser liberado para sepultamento, família descobre que idoso foi enterrado como indigente

Sepultamento já estava marcado e ao chegar no IMOL para retirar o corpo, familiares foram informados de que o corpo havia sido enterrado como indigente no ano passado. Entenda

Após quase um ano do falecimento do irmão Marques Ribeiro Gomes, de 66 anos, Aparecida Ribeiro e a família não conseguiram enterrar o corpo do idoso e ainda foram surpreendidos com uma notícia difícil de acreditar.

Para entender o caso, é preciso voltar na noite do dia 21 de agosto do ano passado, no bairro Indubrasil, em Campo Grande. Na ocasião, o bar que pertencia a Marques Ribeiro pegou fogo e, com a chegada dos bombeiros, o corpo do idoso foi encontrado carbonizado dentro do imóvel onde ele também residia.

Todos os documentos do idoso foram destruídos com o incêndio, o que dificultaria a identificação do corpo. Os restos mortais foram levados para o IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e, chegando lá, a identificação foi impossível devido ao estado em que se encontrava o corpo.

Diante da situação, os familiares então forneceram material genético para exame de DNA, que ficaram prontos quatro meses depois, extrapolando o prazo previsto que era de 30 dias. Devido à circunstância, a família então recorreu judicialmente para ter acesso ao exame para conseguir o atestado de óbito.

"Sem o exame de DNA, nós não conseguiríamos o atestado do óbito. O caso chegou a ir para o Ministério Público e, a partir daí, foi quando a instituição emitiu um mandato exigindo o resultado do exame de DNA", disse Aparecida

Ela conta que foi a partir daí que a família conseguiu a certidão de óbito que demorou em torno de 60 dias para ficar pronta. A família só teve acesso ao documento na última terça-feira (29/04/25).

Com o atestado de óbito em mãos, a funerária marcou o horário do sepultamento, que ocorreria na manhã de quinta-feira (1°), e também todos os familiares foram comunicados. Aparecida conta que, quando foram pegar o documento para liberar o corpo para o sepultamento, foram informados no IMOL que o corpo de Marques havia sido enterrado como indigente no dia 28 de dezembro do ano passado, no Cemitério Cruzeiro.

Ao questionar o IMOL sobre o ocorrido, Aparecida conta que a informaram que o irmão foi enterrado como indigente por não ter familiares no Estado.

“A gente aqui o tempo todo lutando para conseguir liberar o atestado de óbito para enterrar meu irmão e eles apenas nos dizem isso, que ele não tinha família? Apenas me pediram desculpas e marcaram uma reunião para ver como vai ficar a situação”, disse a irmã do falecido.

“Enquanto a gente estava correndo atrás das questões burocráticas, eles já tinham enterrado o corpo e a família trabalhando desesperadamente para poder conseguir fazer o enterro digno ao Marques, e aí quando liberou tudo, não tinha corpo”, questionou um familiar bastante revoltado.

Aparecida informou que vai conversar com os demais familiares para chegar a um acordo e decidir quais serão os próximos passos em relação à situação.

A seguir, a nota do IMOL:

Estiveram hoje (05/05/2025), no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), familiares do Sr. Marques Ribeiro Gomes, acompanhados de advogado.

Foi feito o levantamento do ocorrido e constatou-se que, apesar do avançado estado de carbonização do cadáver, a identificação do Sr. Marques foi realizada pelo Instituto de Identificação, por meio de exame papiloscópico em digitais preservadas, dois dias após o exame necroscópico, realizado em 22/08/2024.

Uma familiar do Sr. Marques assinou o termo de liberação para sepultamento em 31/10/2024; no entanto, o corpo não foi sepultado à época, pois a funerária alegou, de forma indevida, impedimento por se tratar de sepultamento tardio, afirmando ser necessária uma ordem judicial. Na realidade, o sepultamento pode ocorrer até 90 dias após o óbito, sem necessidade de autorização judicial.

O corpo foi sepultado em 28/12/2024, por meio da Secretaria de Assistência Social, após diversas tentativas de contato telefônico com os familiares, todas sem sucesso.

Neste momento, a Polícia Científica de Mato Grosso do Sul, por meio do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), está empreendendo esforços no sentido de auxiliar a família para que ocorra o sepultamento no local desejado pelos familiares.

 

* Matéria editada às 9h41 de 6/5 para acréscimo da posição do Imol

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