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Campo Grande

há 4 semanas

Família que perdeu Ângela em acidente se sente injustiçada com motorista dirigindo em Campo Grande

Rapaz foi absolvido da morte da namorada em julgamento que aconteceu neste ano, mas levou gancho financeiro por dirigir embriagado

Familiares de Ângela Maria Santos Vieira, que morreu em decorrência de um acidente de trânsito enquanto era passageira de um veículo na Avenida Mato Grosso, em maio do ano passado, continuam revoltados e indignados que Willian Júnior Moraes Guimarães, de 27 anos, esteja com a carteira de habilitação ativa em Campo Grande.

Na ocasião, era o rapaz quem estava na direção do veículo em que estava Ângela - ambos eram namorados. O acidente aconteceu no cruzamento da Avenida Mato Grosso com a rua Paulo Coelho Machado, onde houve a colisão com um Chevrolet Tracker, no qual uma mulher estava na direção.

Willian foi preso em flagrante naquela oportunidade e foi colocado no banco dos réus por conta do homicídio qualificado que respondia, além de outras duas tentativas de homicídios, conforme apresentava a denúncia do Ministério Público. Porém, após o julgamento, ele foi absolvido da morte de Ângela e a punição sofrida no tribunal foi em razão das lesões na outra motorista.

E é justamente essa circunstância que a família não aceita até hoje, passados cinco meses do julgamento. No entendimento dos familiares, que entraram em contato com a reportagem, a carteira de habilitação de Willian deveria ter sido suspensa ou até mesmo cassada por conta do fato envolvendo a jovem.

"A vida dele está a mesma, não mudou nada. Mais a raiva é porque a CNH está ativa, sendo que ele matou a Ângela", disse a familiar, que preferiu não se identificar. Ela ainda complementou que é algo fora do padrão ver esse tipo de situação.

"Já perdemos ela, agora ver ele de carro, dirigindo, é muito para a família. Tinha que tirar a carteira de habilitação dele. Do jeito que está, vai acontecer outra tragédia", completou.

Condenação única

Willian foi condenado a 4 anos e 3 meses em regime semi-aberto pela prática conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool se resultar crime de lesão corporal de natura grave ou gravíssima.

Como já estava preso em regime fechado, houve progressão de pena e cumprirá esse tempo no regime aberto. A Justiça também ordenou que fosse expedido o alvará de soltura para Willian, que deverá se apresentar no juízo da execução penal assim que intimado para dar início ao cumprimento da pena em regime aberto.

Na decisão consta que o Conselho de Sentença, por maioria dos votos, absolveu Willian do crime de homicídio, acolhendo a tese de defesa de clemência ou perdão judicial. "No tocante às outras vítimas, desclassificou para lesão corporal, ao dizer que a intenção não era matá-las", diz trecho do documento.

Willian também foi condenado a pagar R$ 15 mil por danos materiais e danos morais a condutora do Chevrolet Tracker. A quantia pode mudar ou não, caso a vítima queira um novo valor, desde que procure o juízo cível.

O TopMídiaNews apurou que a defesa de Willian entrou com recurso para reverter a pena aplicada, inclusive, diminuir o valor dos danos materiais e morais direcionados a condutora. O recurso ainda será julgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Morte de Ângela

O acidente trágico aconteceu no dia 14 de maio, por volta das 22h, quando Francisco, Willian e Angela saíram de um bar na rua Antônio Maria Coelho.

Após deixar o local, Willian conduziu o veículo pela Avenida Mato Grosso sentido Parque dos Poderes e ao chegar no cruzamento com a rua Paulo Coelho Machado, teria furado o sinal e acertado um carro em que estava Fernanda.

No dia dos fatos, testemunhas apontaram que o réu conduzia o veículo em alta velocidade. Câmeras de segurança também flagraram o momento do acidente.

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