Durante a audiência pública na Câmara Municipal, na quarta-feira (15), que teve como tema principal a morte de Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, a defensora pública Débora Maria de Souza Paulino atribuiu parcela de culpa a Jean Ocampo, pai da criança, pela falta de retorno com documentos necessários para judicializar uma ação sobre a guarda da menina.
Paulino, coordenadora do núcleo da Criança e ao Adolescente, explicou que em nenhum momento houve negativa no atendimento por parte da Defensoria Pública e que tanto Jean, como seu companheiro, foram recepcionados e passaram por todas as etapas do processo para judicializar a questão.
"Em nenhum momento o casal foi barrado na Defensoria Pública, eles foram devidamente atendidos no mesmo dia em que nos procuraram por um defensor público, passaram por uma entrevista, passaram por um atendimento onde foram orientados sobre tudo o que era necessário para a gente judicializar uma ação".
Porém, a defensora cita que em determinado momento que Jean não retornou com alguns documentos que seriam peças-chave para dar início ao processo. Débora enfatiza que a Defensoria necessitava de alguma comprovação, mas que mesmo buscando contato duas vezes com o pai, não obteve retorno.
"E para nós judicializarmos uma ação, infelizmente não basta a narrativa daquele que nos procura, nós precisamos de alguma comprovação e foi isso o que foi solicitado, os documentos básicos para que a gente pudesse dar início a essa ação. E infelizmente a gente não teve depois um retorno posterior a respeito dessa documentação, mesmo tendo havido contado da nossa equipe por duas vezes para que o casal de pais nos procurasse".
Em questão da defesa das crianças, a defensora lembra que dois serviços essenciais em Campo Grande foram fechados: Centro de Atendimento para Crianças e o PPCAAM.
"Nós não estamos aqui para achar culpados ou errados, mas assumir o erro de cada um e buscar melhorar a cada dia o nosso atendimento", finalizou sua fala na audiência.
Jean Ocampo, por sua vez, durante o questionamento de uma advogada da OAB-MS, diz que cumpriu todos os 'ritos', apresentado áudios em conversa com a avó de Sophia, fotos de hematomas e até mesmo levando a própria filha para a delegacia com a tíbia quebrada.