O gerente da UBS Pioneiros, acusado de praticar assédio moral contra pacientes e servidores, negou as acusações e relatou ter recebido o local "recheado de problemas".
Almir Machado afirmou que, de fato, existem inúmeras irregularidades ocorrendo na UBS, mas que ele tentava, enquanto gerente, saná-las.
Ele ressaltou que a unidade precisa atingir valores aceitáveis do Programa Previne Brasil, instituído pelo Ministério da Saúde, no qual é preciso que as UBSs façam, pelo menos, 10 testes preventivos por cada equipe de saúde.
Como a UBS conta com duas equipes, é necessário que se cumpra, no mínimo, 20 testes semanais. Entretanto, de acordo com Almir, as taxas apresentadas são muito abaixo do esperado e recomendado.
"Eu jamais iria ofender a moral de quem quer que seja, bem como jamais fui rude com servidores ou usuários. Contudo, existe na UBS Pioneira, pessoas que almejam o cargo da gerência (cargo de confiança do gabinete da Sesau), mas que por inúmeros motivos não conseguem tal cargo", disse.
Alegou, também, que a unidade tem passado por trocas frequentes de gerência nos últimos anos, o que faz com que as informações fiquem mais soltas do que o costume.
"Tive qualificação, vivência em outras unidades de saúde da rede Sesau, para tão somente receber a investidura como gerente. Como dito, a gente não cai de paraquedas como gerente, tem que ter uma trajetória, tem que ralar muito até que um dia aconteça a designação", contou.
Almir destacou, também, que muitas das acusações ocorrem porque ele não quis assinar a folha ponto dos servidores, com erros nos horários de entrada e saída.
"Por lá, médicos chegam diariamente com atraso de mais de 2h30, e geralmente vão embora antes de cumprirem a jornada final de trabalho".
Quanto aos casos de assédio moral praticado contra os servidores, disse que em um caso específico, envolvendo um funcionário que é paciente psiquiátrico, conversou com o homem oferecendo opções de adiantamento das férias, ou, então, que ele passasse por uma avaliação médica para entrar de atestado, devido às circunstâncias.
Porém, afirmou que jamais coagiu esse ou qualquer outro funcionário. Além disso, esclareceu que, até o momento, não teve ciência quanto ao caso do abaixo-assinado, feito pelo Conselho da unidade.
"É válido salientar que o conselho local é formado por dois agentes de saúde, o esposo da agente de Saúde e a gerência da UBS Pioneira. Logo temos um desenho nada paritário".
Procurada por nossa equipe, a Sesau não retornou até a publicação desta matéria.