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Em debate, vereadores sugerem multa para uso de cerol e linha chilena e até pipódromo

Apesar de duas leis estaduais proibindo a venda, o problema continua; vereadores querem semana de conscientização para minimizar situação

01 setembro 2019 - 07h00Por Rayani Santa Cruz

Apesar de já existir leis estaduais proibindo a venda de linha de pipa com cerol, chilena ou outros artefatos cortantes em Mato Grosso do Sul, o número de acidentes com motociclistas ainda é alto de acordo estatísticas nacionais. Existe a lei, mas certos comerciantes não respeitam e isso reflete na vida dos condutores.

Em Campo Grande, os vereadores debatem sobre a inclusão de uma semana de conscientização, maior fiscalização e até a realização de um projeto de lei para impor multas em dinheiro para quem comete a infração e para quem vende.

A discussão vai longe e, a pedido da vereadora Cida (PROS), o projeto de lei 9.467/2019, que dispõe da Semana Municipal de Prevenção de Acidentes com Pipas, pode virar realidade.

Gustavo Piveta Assunção, diretor da Hog-Harley Owners Group, explicou aos vereadores que o grupo tem 1.082 membros motociclistas, sendo que em Mato Grosso do Sul existem mais de 100 grupos parecidos. 

Estatísticas apontam que 200 motociclistas morrem, por ano, no Brasil, devido o corte com as linhas. O artefato é vendido irregularmente em diversos comércios da cidade. 

“O uso de pipa sempre foi uma finalidade de lazer desde a criação na China antiga, mas, para competições e derrubadas de outras pipas, é prejudicial para a vida humana devido ao uso do cerol e das linhas chilenas [quatro vezes mais cortante que o cerol]”, explicou. 

O vereador Delegado Wellington (PSDB) afirmou que a Polícia Civil, junto ao Procon, fechou um comércio no bairro Moreninhas na quarta-feira (28), onde havia a venda da linha chilena. “Temos que ter a sensibilidade de não vender porque pode matar. Esses estabelecimentos tem de fechar”.

André Salineiro (PSDB) afirmou que no país não há legislação federal que regulamenta proibições, multas e o uso de pipa e, por isso, ele está formulando um projeto municipal para inserir multas às infrações. Quem fosse pego usando o cerol seria multado em R$ 1 mil e quem fosse flagrado vendendo os produtos receberia multa de R$ 5 mil.

Para Chiquinho Telles (PSD), a questão não é somente criminalizar, mas, também, ter um local adequado para que os pipeiros possam brincar. O chamado pipódromo poderia até ser feito num espaço como o autódromo, segundo o parlamentar. “Campo Grande precisa de um lugar reservado para a prática desse esporte”.

O vereador Dr. Lívio (PSDB) reforçou que as leis estaduais 3.436/2007 e 5.111/2017 proíbem a venda de  cerol e linha chilena. “As leis já existem, precisamos de fiscalizações ferrenhas da Polícia, Procon e todos os órgãos competentes. O comércio não pode vender esses produtos que levam a ferimentos graves e a morte de motociclistas”.