Luciana Velasques, de 36 anos, moradora do bairro Vila Marly, e mãe de um aluno da Emei Fátima de Jesus Diniz, na Vila Nasser, em Campo Grande se uniu a outras mães e elas fizeram uma manifestação nesta sexta-feira (29) em frente à unidade pedindo a volta da antiga diretora, Zanderli Paiva. Elas alegam que a diretora foi afastada ao início do mês de julho após suposta denúncia de abuso sexual na escola.
Conforme Luciana, os pais das crianças estão descontentes com o afastamento da diretora Zanderli. Eles acusam a Semed (Secretaria Municipal de Saúde) de contribuir com a saída da diretora que estava há 20 anos no cargo a frente da escola no bairro. Os pais fizeram um abaixo-assinado pedindo o retorno da servidora ao cargo.
"A Semed abriu uma comissão e reuniu a diretora com mais de dez advogados pressionando ela para sair do cargo. Alegam que a diretora não tem perfil, como ela não tem perfil, se a gente, nós que somos os pais adoramos o trabalho dela? Há anos ela trabalha aqui."
O protesto foi realizado hoje das 6h30 às 7h em frente a Emei, e Luciana justifica que esse horário foi escolhido porque a maioria dos pais trabalham.
O grupo de mães que gira entorno de 50 pessoas indicam que o afastamento da diretora é injusto e se deu após suposta denúncia de abuso sexual dentro da escola.
"A Semed não quis nem saber a opinião dos outros pais. Nós confiamos plenamente na diretora Zanderli. Nós não acreditamos que tenha havido abuso sexual na escola. Essas denúncias não foram comprovadas e hoje a gente soube que a assistente e a diretora estão com depressão, tomando medicamentos porque foram acusadas injustamente. É muita injustiça", disse a mãe.
Luciana completa ainda que a criança em questão ficou 15 dias sem ir a Emei e ficou sob cuidados de terceiros, e quando retornou numa segunda-feira os pais não deram satisfação sobre as faltas. Ela diz ainda que na terça-feira, a criança foi com a mesma roupa que havia sido entregue. Foi quando surgiu a suposta denúncia.
Os pais indicam ainda, que a diretora substituta não atende as demandas das mães, e que a secretaria da escola vive fechada. Ela diz que a escola está ficando muito suja e mal administrada.
O que diz a Semed?
A demanda foi encaminhada a Semed que respondeu em nota que a diretora foi quem pediu o afastamento do cargo, mas por outros motivos que não estão relacionados a denuncia de abuso. A Semed defende que o a denúncia de abuso seja investigada.
Veja na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação (Semed), assim que teve conhecimento dos fatos, já tomou as medidas administrativas cabíveis ao caso, inclusive com o afastamento da funcionária. A diretora da referida unidade - na Vila Nasser - solicitou afastamento posteriormente, porém por motivos não relacionados ao caso.
A Semed reforça que preza pela investigação integral dos fatos, pois a escola é o ambiente seguro para qualquer criança e adolescente, caso necessário, fazer denúncias relacionadas a abuso e violência. Observamos que na totalidade dos casos registrados este ano, nenhum deles ocorreu no ambiente escolar ou foi cometido por profissionais que atuam nas dependências da escola. Tal situação confirma a importância da escola e dos profissionais da educação na escuta e encaminhamento de casos de abuso e violência ocorridos fora do ambiente escolar, o que é feito com responsabilidade e cuidado pelos profissionais da REME.
Os profissionais da educação pública municipal seguem atentos e cuidadosos com todas as crianças, especialmente aquelas das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs).
A Semed irá aguardar os desdobramentos formais e administrativos das investigações na esfera policial e também internamente da pasta para avaliar a situação. A Secretaria prioriza a garantia integral e proteção da criança e repudia qualquer tipo de violência.