Candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PSD) garante, em seu plano de governo, que vai investir em educação, porém, quando foi prefeito de Campo Grande, vetou parcialmente projeto de lei que previa a instalação de detectores de metal em escolas municipais.

Na época da aprovação na Câmara de Campo Grande, o autor da proposta, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), afirmou que era uma tentativa de evitar tragédias em escolas. Ele citou o caso de Suzano, no Rio de Janeiro, onde houve um verdadeiro banho de sangue após uma invasão, e várias ocorrências de armas em escolas de Mato Grosso do Sul.

“Essa Lei vai ajudar a evitar esse tipo de situação em Campo Grande”, disse Carlão na época. 

Em Campo Grande, um aluno pegou arma de fogo do pai e colocou na lancheira em 2018 (clique aqui e veja). Agora, ameaças de ataques são constantes. 

Para vetar os artigos 6º e 7° da proposta em 2019, Marquinhos alegou que ela criaria despesas ao Executivo, e que havia vício de iniciativa, já que o projeto partiu do Legislativo e não do Executivo. 

Foram vetados o artigo sexto, que se referia ao prazo de regulamentação da lei no prazo de 90 dias, e o artigo sétimo que dizia: "as despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário."

Dessa forma, mesmo sancionado parte da proposta, ela nunca saiu do papel, e ficou como aquele negócio "para inglês ver".

Agora, Marquinhos diz que pretende melhorar a educação do Estado e propõe em seu plano de governo o chamado "Governo do Conhecimento: com mais educação, ciência, e tecnologia".

O candidato diz que entre outras coisas vai abrir concursos públicos na área, valorizar professores, investir em escolas de tempo integral, em bolsas de estudo e inclusão digital. 

Projeto de detector nas escolas

O projeto 9.249/19, que autoriza o Executivo Municipal para instalação de detectores de metais nas escolas da rede pública municipal de Campo Grande, advém de muita insistência do vereador Carlão, haja vista, que o parlamentar apresentou a mesma proposta em 2013, 2014, 2017 e por fim em 2019. 

Em todas as ocasiões anteriores a 2019, a proposta foi vetada completamente pelo então prefeito Gilmar Olarte. Na última proposta, o fato dela ser autorizativa, deu chances de o veto ser  apenas parcial. Porém, nunca colocado em prática na cidade.

A intenção era que os equipamentos fizessem a detecção de armas de fogo e armas brancas – facas, estiletes, navalhas, punhais, barras de ferro, ferramentas industriais, entre outras. A proposta previa que a prioridade na instalação dos equipamentos de segurança, as escolas, independente do porte, que possuam históricos de violência no pátio e/ou em seu entorno.