Uma mulher de 36 anos, que mora no Residencial Sírio Libanês, em Campo Grande, afirma que a versão apresentada por um homem de 29 anos, que alega ter sido agredido por ser homossexual, é falsa.
Ela destaca que teve o apartamento invadido pelo homem, que é morador do condomínio. O caso aconteceu no último sábado (17).
“Ele mora no mesmo bloco que eu. Meu esposo saiu e pedi para deixar a porta destrancada porque eu estava sem chave. Meu marido saiu 7h45, quando foi 8h, ele abriu e porta e entrou, mas eu achei que meu esposo tinha voltado para pegar algo que esqueceu. Ele entrou no quarto, puxou minha coberta. Eu vi o short e a camisa, e comecei a gritar. Meus filhos, uma menina de 6 anos e meu menino de 10 anos, estavam comigo e também começaram a gritar”, relembra a moradora.
Ela afirma que o suspeito deixou o local. Ela levantou e foi atrás, mas não o avistou mais. Com os gritos, os moradores começaram a sair, inclusive o suspeito.
“Ele já tinha trocado de roupa. Eu não imaginei que era ele. Ele sentou no meu sofá perguntando o que aconteceu, fingindo estar assustado. Uma vizinha, do outro bloco, que estava tomando café na sacada com o marido, que viu ele saindo correndo do meu apartamento e acabou contando”, diz a mulher.
Ele acabou assumindo e foi agredido pelos moradores.
“Ele confessou, começou a falar em emboscada, mas que emboscada é essa se ele é morador daqui? Eu suspeito que ele achou que meus filhos estavam sozinhos, porque outros moradores já disseram que ele vive cercando as crianças no parquinho e já ofereceu dinheiro para um menino sentar no colo dele”, diz a mulher.
A Polícia Civil foi acionada. Ele foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levado para uma unidade de saúde.
“Eu registrei um boletim de ocorrência, tenho testemunhas do caso. Agora ele está dando de coitadinho. Ele já tem passagens por estupro, outras crianças estão correndo risco na cidade. Agora ele não voltou para o condomínio. Fica dando entrevistas se passando por coitadinho, mas não é. Ele é morador daqui e invadiu meu apartamento”, finaliza a moradora.
Versão do suspeito
Um homossexual de 29 anos alega que caiu numa emboscada após marcar encontro por aplicativo de relacionamentos.
Ele afirma que foi espancado por um grupo de homens. Ele foi raptado no bairro Moreninhas, após ter ido ao condomínio Sírio Libanês, bairro Santo Amaro, em Campo Grande.
Conforme o boletim de ocorrência, a vítima procurou a Polícia e disse que manteve contato com um suposto rapaz, através de um aplicativo de relacionamento homossexual.
Após isso, eles marcaram um encontro e o tal rapaz pediu para ele ir até o seu apartamento e deu a localização do residencial Sírio Libanês II, informando bloco e apartamento.
A vítima se deslocou até lá e disse que encontrou a porta aberta. Ao entrar, foi até o quarto encontrando uma pessoa sob o cobertor. Ao puxar o cobertor, descobriu que não era um homem e sim uma mulher, que se assustou com sua presença.
Ele também se assustou e percebeu que havia caído em uma emboscada. Logo depois, ele embarcou em um ônibus e depois que desceu do coletivo, no bairro Moreninhas, foi abordado por quatro homens desconhecidos em um veículo cinza, que o raptaram.
Segundo ele, os homens o levaram para a região conhecida como inferninho e o agrediram com socos, chutes e pauladas, restando lesões nos braços, nas costas, na cabeça e no rosto.
O comunicante acredita que os autores são moradores do condomínio, já que, após o agredirem, levaram-no de volta para condomínio, onde ele novamente foi agredido pelo grupo e por outros moradores do residencial.
Ele diz que os homens ameaçaram, dizendo que se ele contasse haver sido agredido ou retornasse ao condomínio, iriam matá-lo.
O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.