Para quem mora no bairro Vila Popular, que fica na saída para o Indubrasil, em Campo Grande, problemas "comuns" - como criminalidade ou dificuldade com o transporte público - quase não existem, mas uma situação inusitada não deixa a população da região viver em paz. No cruzamento das ruas José Pereira com Domingos Aparecido Bissoli acontece 'tradicionalmente' um campeonato de futebol, e os participantes usam carros para uma disputa paralela: a de quem tem o som mais alto, o que tira a vizinhança do sério.
Donos de uma loja de roupas há 20 anos, Ivair e Inês Oliveira contam que o sossego acabou tem pouco tempo. “Eu não sei o que acontece com esses motoristas, mas parece que ocorre uma disputa de som automotivo, de qual é o mais alto. Várias vezes no sábado eu tive que atender telefone, para falar com os clientes, dentro do banheiro”, contam.
O casal de comerciantes dizem que nunca tiverem outros problemas. Foto: André de Abreu
Zélio Gasoso, 66, diz que só as rondas da polícia não são suficientes para controlar a bagunça. “É terrível! Chega o fim de semana e eles começam, ultrapassam os limites. A polícia vem as vezes, mas depois eles voltam com o som alto. Se existe uma política contra esse incômodos, podem vir aqui na Vila Popular no fim de semana que vai encontrar a bagunça”, diz.
Zélio afirma que o barulho ultrapassa todos os limites. Foto: André de Abreu
Um dos proprietários de comércio na região, que preferiu não se identificar, afirma que o trabalho na loja é prejudicado. “Eles estacionam aqui na porta, ligam o som e bebem, fazem uma bagunça. Eu acredito que eles vão muito além do permitido, dos decibéis tolerados”.
Silêncio
De acordo com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), perturbar o sossego alheio é crime, segundo o artigo 42 do Decreto-Lei Nº 3.688/47, passível de prisão simples, de 15 dias a três meses ou multa, acima de R$ 500.