Genesia Delfino Dias, de 52 anos, dona de casa, está internada desde o dia 23 de setembro aguardando por uma cirurgia urgente de vesícula na Santa Casa de Campo Grande. A paciente, diagnosticada recentemente com câncer maligno no seio direito, necessita do procedimento para iniciar o tratamento com quimioterapia. No entanto, enfrenta a paralisação de anestesistas que estão em greve por falta de pagamento.

A situação é desesperadora. Segundo a nora da paciente, Roberta de Souza Silva, de 36 anos, a cirurgia já teve vaga liberada, mas não pode ser realizada porque não há anestesistas disponíveis no hospital. “A minha sogra está com muita dor, tomando morfina na veia, sem conseguir se alimentar direito. Está fraca, e o câncer pode se espalhar a qualquer momento. Ela precisa operar com urgência”, relata.

O câncer foi diagnosticado no Hospital do Amor, em Campo Grande, mas Genesia não pode iniciar o tratamento com quimioterapia enquanto não for operada da vesícula. O tumor na região do peito direito é maligno e, segundo a família, o risco de metástase é alto.

A família teme repetir a tragédia que aconteceu há apenas um mês, quando a irmã de Genesia, também diagnosticada com câncer e à espera da mesma cirurgia, faleceu antes de ser operada. “Estamos revivendo o mesmo pesadelo. Perdemos uma pessoa da família porque o câncer se espalhou antes da cirurgia. Não queremos passar por isso de novo”, diz Roberta, emocionada.

Diante da gravidade do caso, a família faz um apelo urgente às autoridades de saúde e à direção da Santa Casa para que seja providenciada uma solução imediata. “É uma vida em risco. Já passou tempo demais esperando. Cada dia que passa, o câncer pode avançar”, conclui Roberta.

Veja o que diz a Santa Casa:

A Santa Casa de Campo Grande informa que, mesmo diante da paralisação parcial dos serviços de anestesia, serão mantidas as cirurgias eletivas de grande porte para pacientes oncológicos, respeitando a relevância e urgência desses tratamentos. A medida reforça o compromisso da instituição com a continuidade do cuidado aos pacientes com patologias malignas.

É importante esclarecer que pacientes oncológicos podem apresentar outras necessidades cirúrgicas não relacionadas à doença de base. No entanto, as cirurgias eletivas mantidas neste momento são exclusivamente aquelas voltadas ao tratamento direto do câncer, como casos de tumores de mama ou intestino.

No caso específico de pacientes internados, como o citado recentemente, o procedimento é classificado como urgência e pode ser realizado a qualquer momento, conforme disponibilidade de sala. O centro cirúrgico da Santa Casa permanece em funcionamento 24 horas por dia para atender cirurgias de urgência e emergência.

Devido à redução de 50% na capacidade operacional, todas as cirurgias eletivas foram suspensas, e os casos urgentes são priorizados conforme a gravidade clínica. A realização dos procedimentos está sob responsabilidade das equipes médicas, que avaliam a disponibilidade de salas e a urgência de cada situação.

* Matéria editada às 8h15 de 8/10 para correção e acréscimo da resposta da Santa Casa