Os motoentregadores fazem parte das categorias que ficaram na linha de frente da covid-19 e não conseguiram ficar confinadas em casa. Em Campo Grande, os trabalhadores relembram que o primeiro e o segundo mês da pandemia fizeram o movimento triplicar. Já no mês de agosto, as entregas caíram.

Segundo o presidente do Sinpromes-MS (Sindicato Profissional dos Trabalhadores Condutores em Motocicletas, Entregadores, Similares e Autônomos Individuais sobre duas e/ou Três Rodas Motorizados ou Não do Estado) e diretor financeiro da Fetramoto (Federação Nacional dos Trabalhadores Motociclistas e Motofretistas Profissionais do Brasil), Luiz Carlos Escobar, mesmo apresentando queda, o movimento ainda é considerado bom na cidade.

“Estamos trabalhando a todo vapor para atender a população. O movimento está bom, de um mês para cá houve queda, mas, ainda assim, estamos trabalhando bastante. Agora que o prefeito afrouxou um pouco, as pessoas estão saindo mais para comer em restaurantes, aí cai um pouco, mas ainda tem aqueles que preferem a entrega no conforto do lar”, diz o presidente. 

Concordando com o presidente, o motoentregador Amoz Barbosa da Silva, 33 anos, diz que, no início da pandemia, aumentou a quantidade de horas trabalhadas. “Não que é uma obrigação aumentar, mas quanto mais você roda, mais ganha. Então acabava ficando mais tempo na entrega. Trabalho de 11 a 12 horas por dia. Agosto continua bom, deu uma queda, mas ainda está bom o movimento”.

Emerson Gonçalves Barros, 47 anos, é motoentregador há 25 anos e diz que, antes da pandemia, fazia de 16 a 17 entregas por dia, depois de março, chegou a fazer 42 entregas numa noite.

“Eu vejo que caiu pouco dinheiro na praça agora em agosto, acho que as pessoas estão com dificuldade financeira, por isso caiu. Mês passado, cheguei a fazer 42 entregas, semana passada fiz só 32, caiu entre 10 e 12 entregas. Em todo lugar, eu acredito que está assim”, diz Emerson.