Um projeto social entre Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e o SUS (Sistema Único de Saúde) atende moradores em situação de rua e tentam melhorar a qualidade de vida, oferecendo tratamento e até carteirinha de atendimento em Campo Grande. Porém, apesar dos esforços, alguns ainda se negam a deixar as ruas por um lugar melhor.

Conhecido como 'Consultório de Rua', os profissionais atuam no convencimento de encaminhar as pessoas em situação de vulnerabilidade para centros, abrigos e casas de atendimento para poderem tomar banho, ser alimentados.

Um episódio chamou a atenção do projeto, no qual buscaram atender um rapaz que foi vítima de cárcere privado e agressões físicas vinda de várias pessoas na noite desta segunda-feira (11), onde teria sido espancado por várias horas.

Ele recebeu atendimento médico por parte do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e também recebeu todas as orientações dos profissionais do projeto.

No entanto, o cenário que poderia ser melhor no quesito de ajuda, acaba esbarrando nas negativas recebidas dos moradores de rua, onde a maioria prefere continuar vivendo nessa situação, enquanto a minoria cede e procura ajuda para tentar uma nova vida.

Francisco Bernardino é um dos exemplos de quem conseguiu deixar a rua. Enquanto a reportagem do TopMídiaNews acompanhava de perto o trabalho do projeto, o homem se dispôs a conversar com a nossa equipe e relatou que era um ex-morador de rua, mas que agora, mora no Jardim Imperial e trabalha como pintor.

"Já fui morador de rua, hoje não moro graças a Deus. Tenho meu trabalho registrado", contou. "Às vezes, as pessoas veem e discriminam, mas é falta de apoio, eles [moradores de rua] precisam de apoio, que nem eu precisei também um dia", acrescentou.

Para Francisco, o que falta é uma boa administração no serviço social da cidade para que as pessoas possam finalmente deixar as ruas. Sobre o trabalho do projeto, o pintor rasgou elogios aos profissionais e explicou que estava passando na rua e recebeu uma carteirinha do SUS.

"Muito lindo o trabalho das assistentes e enfermeiras de rua, muito lindo mesmo. Mas eu acho que faltava uma fiscalização dentro das entidades", finalizou.