Danielle Jesus da Silva, de 30 anos, foi surpreendida na última segunda-feira (18), com a notícia de que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai reduzir o atendimento home care (em casa) da filha de 13 anos, que é acamada.
Segundo Danielle, Alicia Rakeli recebe home care em um período de 12 horas ao dia há cinco anos. Nesta semana, a Sesau entrou em contato e comunicou que o atendimento da criança será reduzido para seis horas, o que a deixou indignada, pois a família não tem condições financeiras para pagar um profissional para suprir o horário vago.
Ela explica, ainda, que a Sesau reduziu o atendimento apenas do técnico de enfermagem, mas manteve os outros profissionais.
A criança precisa muito do atendimento de 12h, pois sofre de escoliose grave, faz uso de traqueostomia para respirar com ajuda do ventilador mecânico 24h, sonda alimentar e precisa da enfermeira para urinar, porque não consegue fazer sozinha.
"Eles entraram em contato comigo, falaram que iam cortar o tempo de acompanhamento, mas não deram nenhuma justificativa e nem se quer um prazo", explica.
Ao saber da notícia, Danielle entrou com um recurso na Defensoria Pública, para tentar anular a decisão da Sesau. Enquanto isso, a mãe faz um apelo, para que a prefeitura de Campo Grande reconsidere o caso de sua filha.
“Preciso muito que volte o atendimento de 12h da minha filha, estamos tentando fazer tudo o que está ao nosso alcance. Eu peço muito a ajuda da população, peço a Deus para que tudo se ajeite, pois, a Alicia é uma criança que está com uma escoliose grave e quer viver. Estão querendo tirar o direito da minha filha. Por favor, queremos apenas que volte as 12 horas de atendimento dela”, disse a mãe emocionada.
Em nota, a Sesau informou que a definição do tempo de acompanhamento da paciente foi feita através de decisão judicial. "Ou seja, no último dia 16 de março, a prefeitura de Campo Grande foi intimada sobre a mudança do período para atendimento da paciente, que passou de 12 para 6 horas diárias".
"É importante ressaltar que tanto a família da paciente quanto a Defensoria Pública, que acompanha a família judicialmente neste processo, também foram notificadas sobre esta mudança. Reforçamos que, por se tratar de uma ação ajuizada, o retorno dos acompanhamentos por 12 horas diárias só será feito perante uma nova decisão da justiça", completa a secretaria.