A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) afirma que a “truculência” de policiais na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon prejudicou o atendimento à população e ainda deixou o enfermeiro preso, sem condições de voltar ao trabalho.

]O caso que ocorreu no último domingo (24), foi divulgado ontem pelo TopMídiaNews (clique aqui para ver). Foi informado que a Polícia compareceu na unidade, após o enfermeiro ser acusado de prestar mau atendimento por uma paciente, vítima de violência doméstica. Os policiais prenderam o trabalhador e o encaminharam até a Delegacia de Polícia. O caso ocorreu no domingo (24).

Em nota a Sesau afirma que no dia do ocorrido, o servidor em questão realizava suas atividades de rotina no atendimento, triagem e identificação à paciente, uma vez que por se tratar de violência doméstica é necessário realizar a notificação compulsória do caso presente na unidade. Como é necessário outro procedimento em casos de violência doméstica, a vítima não aceitou.

“Ressaltamos que todo o atendimento necessário à paciente foi prestado mesmo após o ocorrido entre o servidor da Sesau e o policial militar em questão, e que a paciente evadiu-se da unidade após o acontecido.”

Truculência policial

A Secretaria lamentou o ocorrido e reforçou que acompanha o caso de perto, sendo prestado o suporte necessário ao servidor. Ele não possuía condições psicológicas de retornar ao plantão, após a prisão.

O recebeu atendimento da assessoria jurídica do Sindicato dos
Trabalhadores em Enfermagem de Campo Grande (Sinte/PMCG), e os  advogados Márcio Almeida e Luan Palermo, estiveram na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e intercederam em favor do enfermeiro.

Conforme os advogados, a conduta do enfermeiro não constituiu crime, e após conversa com o delegado de plantão, o trabalhador foi dispensado e houve o arquivamento do procedimento instaurado pela Polícia Militar.

"Foi uma conduta bastante arbitrária e ilegal na condução dele. O enfermeiro pode, se assim entender, mover uma ação cível, criminal e administrativa contra os PM's que o conduziram", relata o advogado
Márcio Almeida.

Prejudicou atendimento

“A Sesau reforça também que tamanha truculência durante a realização das atividades básicas do enfermeiro, impedindo o atendimento e garantia à vida do paciente afetou, não somente o atendimento da paciente encaminhada à unidade por aquela equipe, como também o do restante da população que aguardava pelo serviço de saúde na unidade naquele momento.”

Os policiais que atenderam a ocorrência justificaram que houve omissão de socorro por parte do enfermeiro, mas o fato foi rejeitado pelo delegado de plantão, Dr. Cristian Duarte.