O surto de doenças respiratórias em Campo Grande já afastou 20% dos servidores da Saúde, divulgou a prefeitura neste sábado (26). O sobrecarregamento das unidades de saúde e o surto de gripe levou ao decretamento de situação de emergência por 90 dias.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, o surto de SRAG (Síndromes Respiratórias Agudas Graves) tem gerado um impacto direto no atendimento à população. Durante o feriado da Páscoa, 73 médicos, 224 técnicos de enfermagem e 26 enfermeiros apresentaram atestados médicos, provocando desfalque nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde), divulgou a prefeitura.
O afastamento dos profissionais se soma à superlotação nas unidades de saúde e à falta de leitos hospitalares. A situação levou a prefeitura a decretar emergência para agilizar medidas de enfrentamento.
"Não temos mais leitos disponíveis e a tendência é que, sem controle, o número de casos continue crescendo nas próximas semanas", explicou Rosana.
Com a situação crítica, o município também tornou obrigatório o uso de máscaras em todas as unidades de saúde e decidiu ampliar a vacinação. A imunização deverá ser liberada para toda a população, independentemente da faixa etária.
A baixa adesão à vacinação entre os grupos prioritários foi outro fator que pesou na decisão. De acordo com a Sesau (Secretaria de Saúde), apenas cerca de 15% do público-alvo, que inclui crianças, idosos e gestantes, foi vacinado até agora.
"Nós recebemos quase 200 mil doses e vacinamos 56 mil em um mês. É muito pouco", lamentou Rosana.
Além de reforçar a vacinação nas unidades de saúde, a Prefeitura realiza campanhas em escolas, Emeis e shoppings para tentar ampliar a cobertura vacinal. "Nós precisamos vacinar mais. A vacina é segura e protege contra os três principais vírus circulantes", ressaltou a secretária.