Quando passamos a admirar uma pessoa pública, o lado fã fica mais aflorado e consequentemente fazemos coisas inimagináveis. No caso da jornalista Danielle Mugarte, hoje com 24 anos, seu lado mais genuíno e admirador por Luan Santana começou ainda quando ela era uma criança e fundou um dos primeiros fãs clubes de Campo Grande.

Na companhia de outras amigas, que estudavam em escolas da rede estadual de ensino, ela viu os primeiros passos de quando Luan ainda era tratado como 'O Gurizinho'. Mas, desde daquela época, ela pressentiu que ele poderia ser 'o cara' de Mato Grosso do Sul e estourar com vários sucessos.

Em entrevista ao TopMídiaNews, Danielle contou que o lado fã nasceu ainda no ano de 2008, quando o cantor fazia apresentações em escolas de Campo Grande - ela estudava na antiga escola Rui Barbosa, hoje nomeada como Paulo Freire.

Naquela época, ela foi pega de surpresa ao descobrir que teria uma atração diferente no intervalo da escola. Uma pequena estrutura foi feita para receber Luan, ainda bastante desconhecido do cenário musical e que recém saía de Jaraguari, sua cidade natal.

"Eu fiquei tão desesperada quando a professora falou que iria algum artista se apresentar, que eu liguei para o meu irmão, pedi para ele levar o celular dele para eu fazer algumas fotos. Aí fiz essas fotos, fiquei bem na frente do Luan", disse.

Mas sabe quando tudo bate de uma forma tão repentina? Pois bem, Danielle percebeu que a voz do cantor era diferente. Mesmo com algumas zoações vindas de outros alunos por conta do visual e do jeito do Luan, a fã sentiu que ele poderia estourar e virar uma artista reconhecido e renomado - por ironia ou não do destino, ela estava completamente certa.

"Eu sabia que ele ia fazer sucesso, que ia estourar. Porque ele cantou algumas músicas autorais durante a apresentação e ali eu vi, que além do talento para música como cantor, ele era um ótimo compositor", comentou.

E 'ai' de quem falasse mal do 'Gurizinho de Jaraguari' perto dela. Ela defendia com unhas e dentes aquela paixão platônica pelo ídolo como se o conhecesse há muito tempo.

Início do fã clube

Ainda naquele show, ela conseguiu um CD e começou a ouvir todas as músicas do Luan, acompanhar de perto o músico e a carreira. É a partir desse momento que a história muda completamente e o fã clube nasce, junto da amiga Luana Pais, na companhia de outras colegas de outras escolas que também prestigiaram o show do cantor nas escolas públicas.

Era reunião toda semana, conversas para saber onde ele estaria indo, para quais escolas iria se apresentar e também começaram a perceber que ele passou a fazer shows mais 'importantes', já que era convidado para casas noturnas.

"A gente decidiu criar um fã clube e ficamos um tempo sem nome até o fim de 2008, quando ele [Luan Santana] lançou a música meteoro e a gente nomeou o fã clube com o nome da música: o 'Fã Clube Meteoro', oficialmente lançado em 2009, mas a gente já se reunia em 2008".

Em um dos primeiros fãs clubes do Luan Santana em Campo Grande, as companheiras fizeram uniforme, camisetas, bandanas e até material gráfico para distribuir para as pessoas conhecerem um pouco mais da carreira e do trabalho do cantor sul-mato-grossense. O pai de Danielle também foi envolvido, pois sempre ajudava no que podia no trabalho das meninas.

Entre os anos de 2009 e 2010, o fã clube saiu batendo de porta em porta, seja comércio, supermercado, qualquer estabelecimento que fosse, para apresentar o trabalho do Luan Santana: entregava o CD, panfleto, mostrava as músicas e como uma forma de esperança de arranjar um patrocínio para o cantor. O fã clube negociava a todo vapor as oportunidades, dizendo que Luan faria muito sucesso, afirmando que a loja ou o nome do comércio poderia ter muita visibilidade.

"As pessoas não conheciam, as pessoas riam da gente, ninguém entendia nada e o Luan, eu acho assim, que ele não faz ideia disso, de tudo que a gente fazia por ele naquela época", falou. "Eu nunca vou me esquecer de todos esses detalhes e foi assim que tudo começou. Desde essa época, eu não perdi um show do Luan Santana, todas às vezes que ele retornou para Campo Grande", completou.

Entre as histórias mais memoráveis, Danielle e suas amigas correram atrás de van durante os shows para tentar ao menos uma foto, dormir no aeroporto esperando o desembarque do cantor - depois de várias tentativas, finalmente deu certo e elas tiraram uma fotografia com o ídolo.

A jornalista classifica que tudo aquilo que viveu foi algo genuíno e, por conta da grande admiração que nasceu pelo cantor, nunca mais esquecerá daqueles detalhes, dizendo que 'tudo valeu a pena'.

"Pra mim, valeu a pena tudo isso, mesmo que ele não se lembre da gente, de mim, com certeza não lembra. Mesmo que eu tenha tido poucas oportunidades de ver ele ou tirar foto, eu não me arrependo de nada disso, porque eu sinto tanto orgulho quando vejo ele levando o nome de Campo Grande, de Mato Grosso do Sul, da nossa terra para o mundo. Ele é um rapaz que nunca deixou as rédeas de lado, nunca perdeu a essência dele, mesmo sendo o cantor mais estourado, mesmo tendo uma carreira internacional".