Campo Grande registra, em média, quase 2 mil casos de violência doméstica por ano, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Entre agosto de 2023 e agosto de 2025, foram contabilizadas 13.657 ocorrências em todas as sete regiões urbanas da cidade.
A região do Anhanduizinho, a mais populosa da capital, com 218 mil moradores de acordo com o Censo 2022, concentra também o maior número de registros. Foram 3.658 casos em dois anos, uma média de mais de 1,8 mil por ano. A área engloba bairros como Aero Rancho, Guanandi, Parati, Los Angeles e Lageado.
Em seguida aparece a região da Lagoa, que reúne bairros como Leblon, São Conrado, Tijuca e Caiobá, com 2.198 registros. O Segredo soma 1.968 casos e o Imbirussu, que abrange Santo Antônio, Nova Campo Grande e Núcleo Industrial, registrou 1.958 ocorrências no mesmo período.
A região da Bandeira, onde estão bairros como Moreninhas, Rita Vieira e Tiradentes, registrou 1.763 ocorrências. Já a região da Prosa, que inclui Chácara Cachoeira, Santa Fé, Mata do Jacinto e Noroeste, teve 1.325 casos
No fim da lista está a região do Centro, a menos populosa da capital, com 61 mil habitantes, que registrou 787 ocorrências de violência doméstica em dois anos.
A distribuição dos números acompanha em grande parte o tamanho da população de cada região, mas há áreas em que a proporção de casos chama atenção. A Lagoa, por exemplo, tem população semelhante à da Bandeira, cerca de 135 mil habitantes, mas apresenta 435 ocorrências a mais no mesmo período. Esse contraste reforça a vulnerabilidade de determinados bairros, onde as condições sociais podem influenciar diretamente no aumento da violência.
O levantamento aponta que, em média, Campo Grande contabiliza 570 casos de violência doméstica por mês, ou seja, são 19 casos por dia na capital. As estatísticas refletem também a urgência de políticas públicas voltadas principalmente para regiões periféricas e populosas, que concentram a maioria dos registros.










