Auxiliar de cozinha de 29 anos, que preferiu não ser identificada, reconheceu o grupo de estelionatários presos na quarta-feira (31), por aplicar golpes de falsas vendas de consórcios de veículos e imóveis pelo Marketplace do Facebook.
Ela e o marido, recentemente, foram vítimas da ação dos criminosos, quando decidiram comprar um veículo no mês de junho.
"Estávamos com o dinheiro contato, pensamos em dar uma entrada e financiar o resto, foi aí que encontramos eles pelo Facebook com o anúncio", lembra.
O casal marcou de ir até o escritório para entender a proposta e fechar negócio para adquirir o automóvel. "Quando chegamos lá, a mulher não tinha aparência de quem trabalhava com consórcios, estava com chinelinho simples e meio perdida", conta a vítima que já estranhou.
Mesmo assim, o casal ouviu a proposta de consórcio, que parecia bastante atrativa. O que eles pediram de entrada era exatamente o que eles tinham em mãos. E, pela ânsia em adquirir o bem, acabaram aceirando os termos que prometia entregar o veículo em até 15 dias.
"Eu estranhei, falei para meu marido que aquilo não parecia real, não vimos o veículo, como íamos comprar um carro assim, às escuras? Ele não acreditou em mim, até passar os 15 dias e a gente fazer contato com a empresa, que passou a nos ignorar e até nos bloquear. Foi aí que percebemos que caímos em um golpe", lamenta a auxiliar de cozinha.
"De má fé, eles levaram o pouco que a gente tinha, o dinheiro que conquistamos com muito esforço. Era dinheiro de férias, ficamos apertados e sem o veículo, por conta desses criminosos", disse a vítima ao TopMídiaNews.
O auxiliar de logística Daniel Santos de Oliveira, 27 anos, quase caiu no golpe do mesmo grupo, e reconheceu os falsos vendedores através de matéria publicada pelo jornal.
Em fevereiro deste ano, Daniel e a esposa decidiram comprar um carro. Procurando um bom veículo pelo Facebook, eles acharam o anúncio e iniciaram as tratativas. O casal agendou uma visita no mesmo endereço em que a Polícia Civil e o Procon encontraram os criminosos.
"Era uma sala no décimo andar. No local, o homem que iniciou a venda conosco não estava, outra mulher bastante nervosa nos atendeu. Para entender como funcionava, eu comecei a fazer perguntas que ela não sabia me responder", lembra o rapaz.
Questionada sobre o valor da entrada, a suposta vendedora perguntou o modelo do veículo do interesse do cliente. E falou que a entrada era de acordo com o que o cliente poderia dar.
"Questionei uma base para fazer o cálculo das parcelas, e ela me falou que eu escolhia o valor da parcela para pagar, a partir daí já estranhei e questionei o nome da empresa. Avisei que tinha R$ 3 mil de entrada e queria saber como ia pegar o carro", conta.
A golpista não apresentou nenhum contrato e ainda perguntou se o casal poderia pagar no ato, afirmando que o veículo seria entregue em até 30 dias.
"Mesmo bem estruturado e bem localizado, eu percebi que era um golpe, agradeci e fui embora. Dias depois, o vendedor ficou mandando mensagem questionando porque desistimos, tentando contornar a situação. Para quem vê, acha que é tudo certo, mas se prestar atenção nos detalhes, não cai no golpe", disse o trabalhador.
Criminosos que realizavam falsas vendas de carros e casas ficam em silêncio durante depoimento