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Campo Grande

07/06/2019 15:00

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Três anos depois, tenente-coronel que matou marido segue na polícia e sem data para júri popular

Outro policial que matou sargento em 2017 foi expulso pela PM-MS

A tenente-coronel da Polícia Militar, Itamara Romeiro Nogueira, ainda não sabe quando sentará no banco dos réus na acusação de matar o marido, Valdeni Lopes Nogueira Romeiro, em julho de 2016, em Campo Grande. Em janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça negou pedido da oficial para anular o processo, alegando cerceamento de defesa.

Conforme o processo, que corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande, as três últimas movimentações são a manifestação do Ministério Público, em fevereiro deste ano, que tomou ciência da negativa de recurso no TJ. As outras duas são juntadas de documentos, em março.  

Atualmente, Itamara atua sem restrições na Polícia Militar. A corporação, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que desconhece medidas cautelares impostas pela Justiça à oficial que impeçam qualquer trabalho dela na polícia.  

O Comando da PM/MS não detalhou em qual setor e qual atividade a militar desempenha no momento. Porém, conforme apurado pelo TopMídiaNews, a tenente-coronel estaria em funções no Tribunal de Justiça de MS.

Em fevereiro deste ano, o processo que uma seguradora move contra Romeiro foi suspenso, até que ela seja julgada pelo Tribunal do Júri. Desde que o caso veio à tona, a empresa citou a legislação vigente para não pagar os valores devidos em caso de morte do segurado, no caso Valdeni. O motivo é que, se constatado que ela teve intenção de assassiná-lo, o pagamento somente é feito a filha menor do então casal.  

Valdeni e Itamara, caso completa três anos neste mês - Foto: Reprodução

Expulsão

O Diário Oficial do Estado trouxe, na edição de quarta-feira (5), a expulsão do 3º tenente PM César Diniz da Silva, da Polícia Militar. Conforme o texto, a decisão da corporação se deu ''a bem da disciplina'', assinada pelo comandante-geral da PM, coronel Valdir Ribeiro Acosta.

Diniz é acusado de assassinar a tiros o colega de farda, João Miguel Além Rocha, 58 anos, sargento aposentado, no dia  1° de julho de 2017. no Nova Lima, em Campo Grande. Os dois tiveram um desacerto por conta da venda de um carro Nissan Sentra.

De acordo com o processo, Diniz virou réu por homicídio qualificado, já que o motivo do crime foi considerado fútil e que ele não deu chance de defesa à vítima.  

A Polícia Militar não detalhou os critérios da expulsão de Diniz. O Comando da PMMS foi questionado se Itamara responde ou respondeu a algum processo, mas ainda não tivemos resposta.


Processo de Itamara, que chegou a ser blindada da imprensa, demora mais que o de Diniz - Foto: André de Abreu/Arquivo

O crime

Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, a policial atirou no marido com a pistola que usava na Polícia Militar, na garagem da residência deles, no dia 12 de julho de 2016. Ela alegou que os dois estavam em casa e  discutiram por conta de uma viagem.  A vítima teria agredido a policial fisicamente. Em dado momento, na versão dela, ele foi até o carro pegar a arma para atingi-la, por isso atirou em legítima defesa.

Conforme mostram laudos da perícia, um dos tiros atingiu a vítima pelas costas, o que no entendimento do MPE não caracteriza legítima defesa.  Após os tiros, a policial acionou o socorro, mas o então esposo morreu na Santa Casa.

Itamara foi presa em flagrante e no dia seguinte ficou presa preventivamente. No dia 19 de julho a acusada conseguiu a liberdade, mas com medidas cautelares.

Em todo o processo, 17 testemunhas foram ouvidas. Não há data marcada para o julgamento.

* matéria alterada às 16h25 para correção e inclusão de informações.

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