Em nova manifestação, cerca de 50 catadores descontentes com a UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos) bloqueiam a BR-262 pedindo melhores condições de trabalho que atendam todos os catadores.
A polícia militar está no local com cerca de 40 soldados, além da Guarda Civil Municipal e do efetivo do batalhão de choque, que foi acionado para intervir. “Temos que manter a lei e a ordem funcionando. O efetivo da PM é de 40 homens, fora a guarda municipal, e fora o batalhão de choque que já foi acionado, pra vir a qualquer momento”, afirmou o sargento Alexandre Guerra.
Ele ainda complementou, dizendo que “temos que desobstruir a via para quem paga imposto conseguir se locomover”. O sargento declarou que a manifestação deveria ser municipal, e que os catadores não podem bloquear uma rodovia federal.
(foto: Mariana Anunciação)
O catador André Luiz Celestino de Souza, 39 anos, criticou o que ele considera uma seletividade da polícia em manifestações. “Acho engraçado, por que não tira os manifestantes em frente do MPF [Ministério Público Federal] contra a Dilma?”, questionou. “A gente é excluído. Todo mundo faz protesto mas a gente é excluído. Mas a gente tem o direito, se o choque nos tirar daqui vamos acampar em frente a prefeitura”, complementou.
João Alves, 39 anos, explicou que trabalha desde a abertura do lixão, e que a UTR não atende a demanda de todos os catadores. De acordo com ele são apenas 4 caminhões e uma "gaiola" em serviço, enquanto no lixão eram 60 caminhões operando em dois turnos diários. Ele reclama que os catadores estarem em meio ao impasse da prefeitura com a concessionária Solurb.
“A Solurb e a prefeitura estão usando a gente como massa de manobra. A solurb quer R$ 100 mil para cada setor que aumentar. E a Solurb diz que para atender os catadores teria que aumentar em 15 vezes”, contou.
“Ontem representantes se reuniram com a prefeitura no Ministério Público do Trabalho. Vamos resistir, continuar com os manifestos, ontem fomos chamados com o ministério público”, relatou ele.