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Criança de 4 anos coloca nome de boneca de Gabrielly para ‘nunca mais esquecer’ irmã que partiu

Atitude emocionou os pais das crianças, que aguardam Justiça sobre a morte de Gabrielly

29 maio 2019 - 07h00Por Dany Nascimento

A pequena Maysa Ximenes, de 4 anos, emocionou os pais após decidir colocar o nome da boneca nova de Gabrielly, em homenagem a criança que morreu após ser agredida na saída da Escola Lina Villachá, no bairro Nova Lima, em Campo Grande, em dezembro do ano passado.

De acordo com a mãe das meninas, Beatriz Ximenes, 39 anos, a filha mais nova disse que assim, nunca mais esqueceria o nome da maninha. “Ela falou mãe, eu coloquei o nome da minha maninha na boneca para nunca mais esquecer o nome dela”. Tudo isso dói na gente, é difícil’.

Beatriz afirma que sempre olha para as duas filhas, Maysa e Michelle Ximenes, 17 anos, lembrando de Gabrielly. “Chegamos em casa, olho para sala, só estão as duas filhas, antes eu tinha três, hoje em dia falta uma. Tudo que vou fazer, olho para trás e falta uma. Dói demais, a saudade cada dia que passa só aumenta, é difícil, me dói demais e vai doer para sempre”.

A mãe destaca ainda, que ao chegar em casa sempre percebe que a filha mais velha passou a tarde chorando de saudade de Gabrielly. “Cada dia que passa, a saudade aumenta, dor no peito aumento, noites sem dormir, dias sem comer, é bem complicado, nossa vida parou. Não é mais como era antes, minha filha mais velha chora, sente saudade, pega as coisinhas da irmã, fica olhando. Tem dia que chego do trabalho, ela está chorando, com olho inchado”.

Laudo

Em fevereiro deste ano, a  delegada da DEAIJ (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Ariene Murad, confirmou que a menina Gabrielly Ximenes de Souza, 10 anos, morreu no dia 6 de dezembro de 2018, em decorrência das agressões que sofreu no dia 29 de novembro de 2018, na escola Lino Vilachá, localizada no bairro Nova Lima, em Campo Grande.

“O laudo conclui que a causa da morte foi tromboembolismo pulmonar provocado por artrite séptica. Temos um laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal, um laudo de necropsia que o perito fez exame anátomo patológico, onde cinco órgãos foram analisados. Ficou pronto após dois meses e meio da morte da criança porque requer muitos detalhes. A criança só morreu porque houve trauma”, diz a delegada.

O TopMídiaNews entrou em contato novamente com a delegada, que informou que o caso foi encaminhado para o juiz da infância.  A equipe entrou em contato com a advogada da família de Gabrielly, que ficou de encaminhar informações sobre o andamento do caso, mas até o fechamento desta matéria, nenhuma informação foi repassada.

O caso

Gabrielly Xinemes teria sido espancada após a escola por uma criança de 10 anos e outras duas meninas de 13 anos. O caso ocorreu no dia 29 de novembro na saída da escola Lino Vilachá, no bairro Nova Lima em Campo Grande. A família teria acionado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a criança foi atendida na Santa Casa. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, Gabrielly passou por exames e nenhuma lesão foi constatada.

Em casa, a menina começou a reclamar de dores na virilha. Ela foi levada para uma Unidade de Saúde, em seguida par ao CEM. “Colocaram uma tala na perna dela, mas ela sentiu mais dores ainda. A dor era na virilha e não na perna. Chegou um momento, que minha filha começou a ficar muito febril e não andava mais, daí levamos ela novamente na Santa Casa”, conta o pai.

A menina deu entrada na Santa Casa, passou por exames, que constataram que a menina estava com artrite séptica (infecção no líquido e tecidos de uma articulação, geralmente causada por bactérias, mas ocasionalmente por vírus ou fungos). Ela passou por cirurgia, teve quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.