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Campo Grande

Enquanto Cultura passa fome, Mandetta e elite discutem nome de teatro

Músicos regionais, por exemplo, fazem lives para comprar comida

10 agosto 2020 - 09h35Por Vinícius Squinelo

Mato Grosso do Sul sofre com a pandemia da Sars-Cov-2, o novo coronavírus, e não só pelas mais de 500 mortes registradas desde março. Um dos setores mais afetados, a Cultura, literalmente trabalha pelo prato de comida de cada dia. Enquanto isso, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e a elite financeira musical do Estado discutem a troca de nome do Teatro do Paço Municipal.

Em transmissão ao vivo com o ex-ministro, nomes como Almir Sater, Paulo Simões, Lenilde Ramos e Geraldo Espíndola – entre brincadeiras e bate-papo – propuseram a troca do nome do atual Teatro José Octávio Guizzo. A discussão em si revoltou familiares do escritor, um dos mais preponderantes defensores da Cultura sul-mato-grossense.

Além da discussão em si sobre o nome do local, chama a atenção o tema durante o caos da Cultura regional, acentuado com a pandemia. Neste momento, quem trabalha no ‘pé do chão’ troca o serviço por comida.

Exemplo ocorreu no último dia de julho deste ano. O Crys da Sanfona realizou live para tentar arrecadar produtos urgentes para amigos do meio. O caso, infelizmente, não é a exceção, e sim a regra dos últimos meses.

Os músicos foram uma das classes mais afetadas com as medidas de contenção ao novo coronavírus. “Não está fácil, estamos tentando amenizar com união dos músicos, tem gente nossa passando fome, tá feio”, afirmou Santhiago Filho, cantor.

Tem músico passando fome - Santhiago, da Uniao dos Músicos de Campo Grande

Nesta manhã de segunda-feira (10), por exemplo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) recebeu representantes dos músicos, que lutam por flexibilização dos decretos municipais, ou uma contrapartida que tire a classe da atual situação. Enquanto isso, a elite discute troca de nome de teatro.