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Escola pode fechar após 13 meses sem receber aluguel da prefeitura

Se imóvel for devolvido, cerca de 100 alunos e 20 funcionários serão prejudicados

09 agosto 2016 - 17h40Por Amanda Amaral

Pais, alunos e funcionários, além do dono do imóvel onde funciona a Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, na Avenida Tiradentes, bairro Caiçara, seguem apreensivos sobre o futuro do local. Isso porque há 13 meses a Prefeitura de Campo Grande está sem realizar o pagamento do aluguel para utilizar um espaço anexo ao prédio e nem ao menos realizou a renovação de contratos com o locatário. 

Com a situação irregular, e escola pode deixar de realizar as atividades no local, pois o prejuízo já soma quase R$ 15 mil, sem a correção de juros. O proprietário do prédio, João Paulo, conta que há muito tempo tenta resolver a questão e que, sem respostas, está tendo dificuldades para conseguir pagar as contas da família, já que é corretor de imóveis e tem de lidar com a instabilidade do setor.

A escola ocupa o anexo há mais de três anos, quando foi firmado um contrato com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) no início da gestão do prefeito Alcides Bernal (PP). Nos dois primeiros anos, o pagamento de R$ 1.150 ao mês foi realizado normalmente. Depois que o segundo contrato expirou, não foi renovado e o aluguel deixou de ser pago, mas as atividades seguem normalmente no imóvel, que atende cerca de 100 alunos e tem mais de 20 funcionários.

“Semana passada consegui o ‘milagre’ de falar com a secretária de educação, Leila Machado. Ela falou que não conseguia fazer nada, mas tem acesso direito ao Bernal. Falam que está em outro setor, na Cecom (Central de Compras), que passa pro jurídico, onde eu não consigo nenhum contato”, relata João.

Na semana passada, houve uma reunião com os pais de alunos e foi exposta a situação. Os diretores afirmam, conforme João, que ‘estão de mãos atadas’ por receio de sofrerem retaliações se cobrarem os pagamentos. Preocupados em perder o espaço, a única escola pública do bairro, os pais cobram uma resolução do poder público.

Érika Biajo, mãe de um aluno, questiona a postura da prefeitura. “A Semed está fazendo um jogo de empurra-empurra e ninguém resolve nada. Agora se o sono do imóvel decidir que vai pedir o prédio, já que não conseguiu nenhum acordo, os alunos vão pra onde?”.

A escola funcionava em outro imóvel, próximo ao atual, o que João enxergou como uma possibilidade de renda. Tempos depois, o corretor de imóveis conta que ficou sabendo que o cancelamento do antigo contrato foi cancelado justamente pelo acúmulo de dívidas com outra locatária.

“O problema anterior era o mesmo, mas na época eu não sabia. Pra ser sincero, quando fiz o investimento no prédio era pra servir de escola, pensei na comunidade. Agora passo esse aperto porque dependo disso, tenho dois filhos na faculdade, uma terminando. Só quero o que é meu e já fiz tudo o que pude”, desabafa.

Prefeitura

A reportagem do TopMídiaNews entrou em contato com a Prefeitura Municipal para saber se há algum plano de resolução para o problema, para evitar o fechamento da escola. A resposta foi que o pagamento será realizado ‘nos próximos dias’, sem mais detalhes sobre como será feito esse acerto.