Os 'atravessadores' que seriam os responsáveis pela compra de materiais recicláveis dos catadores de lixo do aterro sanitário de Campo Grande seriam os responsáveis pelos constantes protestos, inclusive, os fechamentos das BR's na Capital. Pelo menos é o que dizem o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Estadual.

Os órgãos públicos fizeram uma coletiva de imprensa na quinta-feira (2), no Fórum, onde destacam que as pessoas envolvidas nas manifestações contra o fechamento do lixão do bairro Dom Antônio Barbosa, nem sempre são catadores e sim os atravessadores, que chegavam a ganhar mais de R$ 40 mil por mês, bem diferente dos catadores que ganhavam cerca de R$ 600 em 2014, segundo os promotores.

A intenção do evento foi esclarecer a população sobre a atuação dos órgãos na implementação da Lei de Resíduos Sólidos. O procurador do Trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes e os promotores de Justiça Luz Marina Borges Maciel Pinheiro e Luciano Furtado Loubert, ambos do Núcleo Ambiental do Ministério Público participaram do encontro.

Ainda conforme os promotores, os atravessadores não estariam ganhando a mesma quantia com o fechamento do aterro e alguns  catadores não conseguiram se regularizar com os horários de trabalho na cooperativa. Acontecendo assim, o fechamento da BR-262 onde os protestos normalmente acontecem.

Após a UTR os promotores dizem que já são 132 catadores empregados, outros 43 serão contratados no próximo dia 13, totalizando um total de 175 beneficiados na condição de empregados. Ao todos são 88 catadores atuando como cooperados na UTR.

"Em 2012, a situação diagnosticada pelo MPT foram as péssimas condições de trabalho, ausência de qualquer proteção social, jurídica, além de carência à saúde e à segurança. Neste mesmo ano, também foi constatado a morte de um adolescente no aterro sanitário e em 2013, um afogamento de um catador" lembra um dos promotores.