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Campo Grande

21/08/2019 07:00

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Mãe relata coação para abafar abuso sexual em Casa de Apoio em Campo Grande

Filho tem seis anos e suspeito é adolescente de 13 anos

Mãe de  um menino de seis anos, vítima de abuso sexual por parte de um adolescente de 13 anos, em uma casa de apoio a doentes com câncer, em Campo Grande, revela que sofreu coação para abafar o caso. O filho dela teria sido violentado em pelo menos três ocasiões.

De acordo com o relato, ao levar ao conhecimento do gestor da Casa sobre o abuso, ela teria sido orientada a não divulgar o caso.

''Falou que não era 'uma boa' denunciar o caso porque o menino estava precisando de um transplante... Acabei com medo de fazer a denúncia'', revela.

Depois de avisar que havia gravado a conversa com o gestor, segue a mãe, a direção do local teria mudado a versão. Ela diz ter perguntado ainda ao gestor se o fato seria levado ao conhecimento dos médicos e teria recebido a resposta que sim. Mas descobriu que isso não aconteceu.

Menino teria sido abusado por três vezes. (Foto: André de Abreu-Arquivo)

A mãe conta que o adolescente suspeito é neto da governanta do local e, por ser sadio, não deveria frequentar a unidade, exclusiva para crianças doentes.

''Mas ele ficava lá, dormia no alojamento. Um dia era ele, no outro era o irmão'', acrescenta.

Outro fato que chateou a mãe foi o fato de ter que continuar convivendo com a governanta, avó do suspeito. Ela aponta constrangimento e saiu da Casa antes mesmo da funcionária.

''Todo dia ela [a governanta] chegava e dizia 'oi cheguei'. Tudo para mostrar que ela não tinha sido mandada embora. No plantão dela, eu procurava outro lugar para dormir'', desabafa.

Procurada, a associação não se pronunciou sobre as novas denúncias.

O caso

A Polícia Civil investiga um adolescente de 13 anos, suspeito de abusar de uma criança de seis anos dentro de uma casa de apoio para pessoas com câncer, localizada na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. O caso teria ocorrido em 2 de agosto, mas só foi registrado nesta segunda-feira (19).

Segundo o boletim de ocorrência, a mãe da vítima conta que estava ajudando a preparar o jantar na instituição quando deu falta do pequeno. Ela foi procurá-lo e viu o adolescente saindo de uma casa de bonecas arrumando o short. A criança sai em seguida, com a camisa erguida, e agressiva, diz que as “pessoas grandes só fazem maldades”.

Depois de muito investigar, a mãe da vítima descobriu mensagens de ameaças através de um jogo online. De acordo com o relato à polícia, o adolescente teria questionado a criança se ela contou alguma coisa para alguém e que, caso denunciasse o ocorrido, apanharia como a personagem do jogo.

A mãe foi até a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e registrou o caso. Como a criança está bastante debilitada por causa do tratamento contra o câncer, exames serão realizados posteriormente.

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