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Campo Grande

Marcha Mundial das Mulheres pede retratação após fala machista de vereador de Campo Grande

Vereador nega machismo e diz que usou 'autoestima' das mulheres para defender reabertura de salões

08 abril 2020 - 14h15Por Nathalia Pelzl

Após declarações polêmicas do vereador delegado Wellington, na Câmara Municipal de Campo Grande, a Marcha Mundial das Mulheres emitiu uma nota de repúdio.

Na sessão de terça-feira (7), o parlamentar citou a relação entre marido e mulher para dar um exemplo da necessidade de os salões reabrirem. 

''O salão de cabeleireiro é importante [..] porque isso mexe com [...], imagina mulher sem fazer a sobrancelha, fazer uma unha e fazer o cabelo não tem marido nesse mundo que vai aguentar. Então tem que ir fazer [..] tratar da autoestima'', disse o tucano. 

Na ocasião, ele chegou a citar que as igrejas auxiliam no combate a violência e o feminicídio e que se estivessem fechadas poderia influenciar o agressor a ser violento.

“Igreja é essencial? Porque se a pessoa quisesse matar a mulher e matar os filhos ele vai e bate na igreja e a igreja tá fechada ele fala assim ó é um aviso de Deus pra voltar lá e matar”.

Em trecho da nota, a Marcha exige posicionamento da Câmara. “Nós, mulheres do movimento feminista Marcha Mundial das Mulheres, exigimos um posicionamento da Comissão de Ética dessa Casa de Leis, diante do pronunciamento preconceituoso, discriminatório, misógino, machista do vereador Delegado Wellington. O referido vereador usou o microfone durante sessão relativizando a violência contra as mulheres, nesse período de isolamento social diante da pandemia do Covid 19”.

“Consideramos que ele agiu com falta de decoro com as mulheres de todos os segmentos sociais, especialmente aquelas que estão em situação de vulnerabilidade social, num momento em que a humanidade clama por solidariedade, respeito e empatia”.

Elas pontuam que o parlamentar deveria estar preocupado com os índices de feminicídio, violência doméstica e outras violências.

“Portanto, senhores membros da Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Campo Grande, exigimos reparação, e essa reparação não se limita a um pedido de desculpas, ou a uma nota de esclarecimento”.

Vereador

Horas após o ocorrido, Wellington disse que seu argumento era  que todos os serviços ''são essenciais, dependendo do ponto de vista''. 

''Neste ponto minha fala foi interpretada como machismo, ao invés de somente exaltar a mulher, as profissionais da área estética e a importância da autoestima feminina'', comentou o vereador. 

''Reforço nossa luta tanto como Delegado de Polícia quanto vereador na luta pelos direitos da mulher e lamento a impressão equivocada de nosso trabalho junto a sociedade campo-grandense. Destaco ainda que pedirei na próxima sessão a retirada da ata da fala em questão''’, concluiu Wellington.