A notícia que Mato Grosso do Sul bateu recorde na produção agrícola na safra anterior deixou a cabeça do consumidor em Campo Grande confusa. Isso porque o óleo de soja é achado até por R$ 7, preço altíssimo se comparado aos R$ 4,15 de dois meses atrás.
Conforme leitores apontaram, os preços do óleo nos atacadistas, conhecidos como ‘’atacarejos’’, variam entre R$ 5,65 e R$ 6,00. Com tanta matéria-prima no mercado e sem aumento de impostos, ficou a dúvida: ‘o que fez os preços do óleo subirem tanto?’’.
Uma cabeleireira, que mora no Jardim Uirapuru, apontou um fato curioso em um atacadista perto das Moreninhas.
‘’O preço das três únicas marcas é sempre o mesmo [Soya, e Concórdia e Liza], não têm nada de diferença’’, lamentou. Essa moradora lembra que, ainda em agosto, comprava o produto por R$ 4,75, o que já era caro. Em um mercadinho de bairro ela pagou sete reais nesta quinta-feira.
No Los Angeles, óleo é vendido a R$ 7,00. (Repórter Top)
Moradora do Jardim Anache, Danielle Rodrigues, 22 anos, lembra que a última vez que comprou óleo pagou R$ 5,69.
‘’ Compro apenas quando não tenho mais e acabo comprando por necessidade, sempre procurando o que estiver mais barato’’, detalhou a jovem.
Dona Santa, moradora do Tijuca, lembra que, em agosto pagou R$ 4,49 no óleo Coamo e em setembro R$ 5,49.
‘’Isso porque eu comprei em um atacadista’’, observou. Ela lamenta tanta carestia.
‘’Eu sou obrigada a diminuir, se continuar a subir os preços assim até o mês de dezembro ninguém vai comer mais, porque o salário congelado e os preços disparados não tem condições’’, explicou.
Alta
Segundo o G1, a alta nos preços do óleo de soja e do arroz tem a ver com a valorização do dólar. O produtor prefere exportar a soja, deixando pouco produto no mercado interno. Sendo assim, não importa se MS produziu 8,6 milhões de toneladas de soja, se o preço lá fora estiver atrativo, é pra lá que o produtor vai mandar o grão. MS também foi destaque na produção do milho, com 9,9 milhões de toneladas do cereal.
Além disso, o auxílio emergencial fez com que o consumidor brasileiro consumisse mais durante a pandemia, o que fez com que os produtos se tornassem mais escassos ainda e subissem de preço. A ajuda do governo é paga a um público de renda mais baixa, que gasta o dinheiro sobretudo com alimentos, ao contrário de outras classes sociais.
Que droga
Economistas têm uma previsão nada boa para o consumidor brasileiro. Apesar das tentativas artificiais do governo em forçar a queda dos preços, como redução de tarifas de importação, como fez com o arroz, o óleo e outros produtos deverão se manter com preços firmes até o início de 2021.
