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RETROSPECTIVA

Omertà revelou milícia em 2019 e réus de MS estão no regime mais severo de prisão do país

Empresários Jamil Name, o filho Jamilzinho e dois policiais civis estão em Mossoró

27 dezembro 2019 - 17h00Por Thiago de Souza

Em 27 de setembro deste ano, Mato Grosso do Sul parou para ver a deflagração da Operação Omertà, da Polícia Civil e do Gaeco. Milícia armada, chefiada por Jamil Name e Jamil Name Filho foi descoberta. Os dois, junto a policiais civis também presos, conheceram o modelo mais severo de prisão no País, o Regime Disciplinar Diferenciado, o RDD.

A Polícia Civil investigava três assassinatos por fuzilamento - Ilson Martins de Figueiredo, em junho de 2018; Orlando da Silva Fernandes, o ''Bomba'' em 26 de outubro do mesmo ano e Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019, todos em Campo Grande.  

Em maio deste ano, a polícia descobriu um arsenal com fuzis, pistolas e munições em uma casa no bairro Monte Líbano. Pesquisado o dono do imóvel, chegou-se ao nome de Jamil Name. A partir daí as investigações avançaram e, na sequência, junto ao Gaeco, chegou-se à prisão de 21 pessoas em setembro.

As investigações mostraram que a organização criminosa tinha quatro núcleos: Liderança; Gerência; Apoio e Execução.

RDD

Jamil Name, o filho Jamilzinho e os policiais civis Márcio Cavalcante da Silva Vladenilson Daniel Olmedo foram trasnferidos para o Presídio Federal de Segurança Máxima em Campo Grande e semanas depois para a unidade semelhante em Mossoró (RN).

No RDD, os presos só podem conversar com advogados ou visitas via interfone, separados por uma divisória de vidro, conhecida como "parlatório". A movimentação dos presos é controlada a todo momento por câmeras de segurança, em um sistema controlado pelo Ministério da Justiça, direto de Brasília.

O local é destinado para presos que representem alto risco para a sociedade, como chefes de facções criminosas, como Fernandinho Beira-Mar e terroristas em geral.

O banho de sol é proibido e no quarto só é permitida a cama (de concreto), mesa e um assento. Não há revistas, jornais ou televisão, somente livros são permitidos. Até o horário do ligamento da água do chuveiro é controlada. Somente no sanitário as imagens dos encarcerados são proibidas.

Os advogados dos envolvidos negam os crimes.