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Campo Grande

27/12/2018 09:30

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Passageiras flagram homens se masturbando em diferentes linhas de ônibus da Capital

Mesmo com campanha contra atos obscenos e abuso sexual, relatos são constantes e punição falha

Um grupo de Facebook tem sido o local para denúncias de atos obscenos e abusos sexuais no transporte público coletivo de Campo Grande. Só no mês de dezembro, foram ao menos três destes relatos publicados no ‘Segredos do Busão’, em diferentes linhas de ônibus.

Na maioria dos casos, os flagras são de homens se masturbando em meio aos demais passageiros, mas que acabam escapando de qualquer punição apenas por saírem rápido do veículo assim que são percebidos. Um dos comentários discorre o que aconteceu na linha Vespasiano Martins/Morada do Sol.

“Eu estava no ônibus, tinha sentado no fundo do ônibus em um cantinho lá e chegou um menino e sentou na outra ponta, ele era moreno não tão alto e parecia ter uns 18 ou 20 anos. Até que em um certo ponto da viagem eu olhei para ele e ele estava se masturbando com o órgão genital pra fora, eu fiquei muito em choque (ainda estou por sinal) aí eu corri e falei para o motorista, mas como eu havia chamado ele no momento em que pessoas estavam descendo do ônibus, o menino viu que eu fui falar pro motorista e ele saiu correndo, e o motorista não achou mais ele”, diz uma passageira.

Em outro relato, uma pessoa conta o que aconteceu com sua irmã. “Boa noite, eu nem sei como falar isso. Hoje minha irmã foi assediada no ônibus eu nem sei em qual linha, porque ela chegou em casa passando muito mal, ficou por horas vomitando e não conseguia falar o que havia acontecido. Só agora ela conseguiu falar, aos prantos, que um senhor se aproveitou de o fato do ônibus estar lotado e se masturbou com o corpo colado nela. Ela não teve reação, ficou paralisada, eu realmente não sei o que fazer porque ela nem viu o rosto dele... Gente, por favor, a gente precisa fazer alguma coisa, só essas plaquinhas não estão resolvendo o problema”.

Uma das vítimas diz que tentou conseguir as imagens das câmeras de segurança do veículo para registrar o caso na polícia, mas não obteve retorno de funcionário responsável. “Eu vi um cidadão moreno, alto e sujo parecendo ter saído do serviço no último dia 5/12 na linha do Itamaracá A se masturbando também, não deu tempo de fazer nada pois quando visualizei e chamei o motorista para não abrir a porta, ele desceu no ponto que estava próximo, chegando no terminal relatei o fato para um tal de Wanderlei que é o responsável pelos ônibus pedi que olhasse as câmeras ele disse que faria o b.o e olharia mais até hoje nada... Resumindo, eles não estão nem aí pra população que depende do transporte, só querem saber do lucro e nada mais, é muito triste e revoltante”, relata.

Segurança?

São mais de 100 mil pessoas transitando nos ônibus coletivos de Campo Grande ao dia, estima a prefeitura da Capital. É inclusive lei a obrigação para as empresas de transporte coletivo a capacitar os trabalhadores para atuarem em casos de abuso sexual contra mulheres, além de disponibilizar imagens das câmeras de vídeo e informações do GPS dos ônibus para ajudar na identificação dos assediadores.

A lei determina ainda que sejam fixados adesivos nos terminais de transbordo do transporte coletivo e também dentro dos ônibus com orientações sobre as medidas a serem adotadas pelas vítimas de abuso para identificar o agressor e denunciar. Nos cartazes deve ter também número de telefone para denúncia, seja por ligação ou SMS, e ainda informações sobre outros meios de comunicação, como internet.

A administração municipal afirma que tem intensificado a abordagem nos terminais de ônibus e realiza campanhas através da Semmu (Subsecretaria de Políticas para a Mulher) e Sesdes (Secretaria Municipal Especial Segurança e Defesa Social), em parceria com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) e o Consórcio Guaicurus.

Titular da Semmu, Maritza Cogo diz que cada vez mais as pessoas têm se encorajado a denunciar, mas que todos devem ser atentos para ajudar. “As mulheres e demais passageiros precisam saber que têm esse apoio da polícia, da delegacia da mulher, da secretaria, da guarda municipal. Não podemos deixar barato, a denúncia tem que ser feita”, diz.

Ela destaca que o celular pode ser e tem sido de fato um dos maiores aliados para comprovar esses casos. “Sem dúvida é um auxílio enorme, e a vítima não precisa se intimidar em registrar qualquer coisa que perceba de errado. A palavra dela vale muito, mas as provas ajudam também”, afirma.

Além do 153, outros números como o 180 (Central de Atendimento à Mulher) e o 190 (Polícia Militar) também atendem demandas de abuso.

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