Os vereadores membros da Comissão de Obras da Câmara Municipal de Campo Grande devem realizar, na próxima segunda-feira (1º), às 16 horas, uma reunião para decidir quais serão os procedimentos para apurar as denúncias que envolvem a concessionária Solurb, responsável pelo tratamento do lixo na Capital. Há suspeitas de irregularidades na renovação de contrato de prestação de serviço da empresa, que era de R$ 4,3 milhões e passou para R$ 9 milhões na administração do prefeito Gilmar Olarte (PP).
Para investigar as suspeitas de irregularidades, a Câmara deve chamar o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, do PMDB, para comentar a situação. O contrato com a Solurb foi assinado nos últimos dias de Nelsinho à frente da administração municipal, cargo que ocupou por oito anos.
A empresa venceu a licitação para fazer o manejo de 100% das coletas de lixos e 35% sobre a limpeza, pintura de meio de fio, poda de árvore e coleta de entulho. Porém, a área de atuação saltou para 65% em novas áreas de atuação na cidade. O valor da prestação de serviço seria de R$ 4,3 milhões conforme prevê no certame, mas o contrato foi renovado pela atual administração da prefeitura que elevou os pagamentos para R$ 9 milhões.
Para Edil Albuquerque (PMDB), vereador e líder do prefeito na Casa de Leis, a concessionária ocupou o espaço de empresas que tiveram os contratos encerrados após desistirem de prestar o serviço de limpeza na cidade. "A Solurb foi assumindo esses espaço de varrição daquelas empresas que foram desistindo do serviço ou que tiveram os contratos encerrados. Pelo que eu sei está tudo legal conforme foi apontado pela Justiça. Não sei há necessidade de uma audiência pública ou até mesmo de uma CPI para este caso. Mas para está última é algo muito sério a gente tem que tomar cuidado", defendeu.
Conforme o vereador Chiquinho Telles (PSD), membro da Comissão de Obras da Casa de Leis, a princípio a ideia dos parlamentares será fazer um convite para os empresários e até mesmo para o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), compareçam à Câmara para fazer alguns esclarecimentos que alguns pontos que ficaram "obscuros" sobre os vencimentos da empresa.
"Nós queremos fazer um convite aos empresários e ao ex-prefeito, caso eles não aceitem, nós podemos fazer uma audiência pública para que eles esclareçam e justifiquem esses aumento de R$ 4 para R$ 9 milhões e nós convençam desse reajuste, 'aditivão' de 107%. A gente sabe que atualmente a prefeitura está sem dinheiro, e pelo que sabemos, ela está pagando esse valor normalmente. Nós também queremos saber quais são essas áreas que elas estão fazendo essa manutenção. Eu só vejo a Seintrha limpando a cidade e quero que eles nos esclareçam essas dúvidas que pairam no ar", comentou Chiquinho.
Durante evento público realizado nesta quinta-feira (27), o prefeito Gilmar Olarte (PP) se limitou em tecer comentários sobre o caso confirmando apenas que a Solurb ampliou a sua atividade em diversas regiões da cidade, mas fugiu dos jornalistas ao ser questionado quais seriam essas áreas.
CPI?
Chiquinho comentou que os Ministérios Públicos Estadual e Federal já investigam o caso e que o papel dos parlamentares é apenas de esclarecer alguns dúvidas que 'pairam no ar'. "A criação de uma CPI acho que seria o último passo que poderíamos tormamos. Primeiro vamos fazer o convite se não aceitarem a gente faz uma audiência Pública, depois a gente toma outra decisão".
A empresa que seria responsável para fazer a limpeza da cidade era a Litucera, onde o contrato previsto era de R$ 4,3 milhões, com pagamentos de R$ 358 mil ao mês pela prestação de serviço. Todos os contratos foram assinados no fim da gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad.