Os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) de MS estão em polvorosa com a diminuição do acesso à arma de fogo, assinado em decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles cobram do deputado eleito Marcos Pollon, presidente do grupo Pró-Armas.
Pollon publica diversos vídeos sobre o assunto. Ele classifica o novo governo petista como "regime" e em sua visão está havendo "um confisco".
O deputado diplomado prometia tentar impedir o revogação em diversas publicações na rede social, ao final do ano passado, mas não conseguiu.
As restrições implementadas em 2 de janeiro para a compra e venda de armas de fogo diminuiram a quantidade de espingardas, rifles, carabinas, revólveres e pistolas que cada civil pode ter em casa.
Deputados como Rodolfo Nogueira (PL), o "Gordinho do Bolsonaro" e Dr. Luiz Ovando (PP), adeptos ao bolsonarismo, também reclamaram do novo decreto e foram cobrados pelos eleitores.
Reclames dos CACs
Os CACs reclamam nas redes sociais sobre o impedimento de um adquirir um número alto de armas, e limitação de seu poder de fogo.
Seguidor de Pollon, Rafael Macedo cobrou do parlamentar sobre soluções. “O que eu quero saber é se o Pro Armas ainda existe, se você ainda tem a política armamentista e se esse também vai ser um dos seus focos. Caso ao contrário vou cancelar minha inscrição”, avisou no Instagram.
Thayane Brito lembrou o armamentista, que não deve esquecer seus eleitores. “Envie notícias dos sul-mato-grossenses que estão presos. Dr. Não se esqueça de zelar pelo seu eleitorado. Todos merecem um devido processo legal.”
Já outro perfil aparentemente de um CAC indagou as reais intenções do deputado. “Vc ainda é armamentista ou já se rendeu ao sistema? O Pro Armas ainda existe ou virou só mais uma forma de renda? Parando já de contribuir.”
Adilson Carmo culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo revogaço e postou na rede social de Rodolfo Nogueira.
“O Jair é o culpado, não fez política, não fez campanha com proposição, confiou demais no Guedes que foi cabo eleitoral de Lula. Bolsonaro nem partido tinha a dois meses do registro de chapa, não coligou com ninguém e quem mais ele beneficiou o traiu, as FFAA.”
Decreto
Na legislação criada no governo Jair Bolsonaro (PL) era possível para cada pessoa ter até 60 armas de fogo, sendo 30 de calibre restrito. O decreto de Lula permite apenas três armas para cada pessoa. Policiais e militares não estão incluídos nessa parte do decreto e podem continuar a portar mais armas de fogo.
O decreto de Lula também diminui o total de munições permitidas por armamento anualmente, caindo de 5 mil para 600, no caso dos (CACs).
O decreto não especifica em seu texto se a permissão de apenas três armas vale para armas cadastradas no Exército ou na Polícia Federal (PF).
Com a promessa de Lula cumprida logo ao início do governo, os deputados bolsonaristas de MS terão muito trabalho, já que, argumentos antes tidos como realidade e divulgados por eles aos seguidores, como "risco de ditadura", "desarmamento absoluto" ou coisas do tipo não foram suficientes.
"Essa promessa de revogação vai implicar no desarmamento absoluto do Brasil. O desarmamento é último degrau numa ditadura sangrenta. Onde as pessoas começam a ser executadas pelo regime. Falta muito pouco para isso acontecer. E outro ponto é que isso acaba impactando em 3 milhões de empregos diretos.", alegam.
Limite de armas
Segundo o Metrópoles, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o limite de três armas vale para todas as categorias.
Isso significa que os CACs só poderão comprar três armas a partir de agora, enquanto antes podiam comprar até 60. “Quem já tem um acervo (maior que três armas) vai continuar, por enquanto”, explicou Dino.
Flávio Dino ainda explicou que esse é um primeiro decreto. Um segundo decreto deve ser publicado daqui a 60 dias após conclusão de um estudo feito por um grupo formado por participantes do Judiciário, do Ministério da Defesa e da sociedade civil. Esse grupo vai estudar principalmente dois temas: quais tipos de armas devem ser permitidas e o que fazer com as armas já existentes que se tornarão ilegais.
Sem lei do mais forte
Outra novidade é que todas as armas legalizadas no país devem ser recadastradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal.
“Nossa sociedade não pode ser governada segundo a lei do mais forte, segundo o princípio de uma guerra de todos contra todos. As armas devem existir, infelizmente, porém armas nas mãos certas”, disse o ministro em seu pronunciamento de posse.
A ideia de recadastrar as armas é ter uma real dimensão do que existe de armamento hoje no país. As armas não recadastradas serão consideradas ilegais e quem possuí-las pode responder por posse ilegal.
Dino esclareceu que escolheu o Sinarm para unificar esse cadastro de todas as armas, pois isso já era previsto na legislação, mas não era obedecido.
O Sistema de Gerenciamento de Armas (Sigma) do Exército, outro sistema de controle de armamentos, vai continuar existindo, mas focado em armas restritas. O sistema que vai incluir tudo é o da PF.