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Cidades

Campo Grande na escuridão: População pede solução da prefeitura

Iluminação pública

07 novembro 2015 - 14h00Por Anna Gomes

Apesar da cobrança da taxa de iluminação, a escuridão vem tomando conta dos bairros de Campo Grande e tirando o sono dos moradores que ficam preocupados com o ambiente propício a assaltos, estupros e outros crimes. Em várias regiões da cidade, a única iluminação disponível para evitar o 'breu' é proveniente dos veículos que atravessam as ruas da Capital.

Na Avenida Engenheiro Amélio Carvalho Baís, bairro Vila Almeida, por exemplo, populares dizem que há cerca de dois meses estão em total escuridão. Segundo o borracheiro Liderjam Freitas,43, morador da região há 31 anos,os assaltos viraram constantes naquele local.

"Começou a apagar um quarteirão, depois o negócio foi só aumentando e agora cerca de quatro quadras já estão no escuro. Com esse problema, começou a ter assalto e 'tarados' passaram a seguir mulheres no caminho de volta para a casa.  Já liguei  na empresa, tenho o número dos protocolos de atendimento e nada. Eles colocam a culpa na  prefeitura e o município não nos fornece uma resposta", diz Liderjam.

 

(O borracheiro diz que a criminalidade aumentou com o problema da iluminação. Foto: Anna Gomes)

A esposa do borracheiro, Charlene Aparecida Oliveira de 34 anos, diz que é um desrespeito com a população e pede para o poder público tomar uma atitude para melhorar a vida dos moradores.  

"Pagamos iluminação pública, mais de R$ 50 por mês e cadê o nosso dinheiro? Eles nos cobram e não nos fornecem o serviço. Tem uma sobaria que a dona precisou puxar um 'pico' de luz, para não perder os clientes, mas mesmo assim, não ficou livre dos assaltos", lamenta.

(A moradora diz que não sai mais de casa ao escurecer devido ao medo. Foto: Anna Gomes)

A aposentada, Tereza Sakamoto de 65 anos, diz que não pode escurecer para o medo tomar conta da família e já cansou de ligar em busca de respostas, mas nada do problema ser resolvido. "Tenho netas adolescentes, quando escurece ficamos com medo e não saímos mais de nossas casas. Ligo sempre na prefeitura e não adianta", ponderou.

Um outro morador que viu a nossa equipe de reportagem foi ao nosso encontro para também reclamar da escuridão do bairro. Honofre Souza, 50, disse que sua sobrinha foi assaltada juntamente com uma amiga, na mesma avenida. "As duas estavam voltando para casa e um motoqueiro acabou assaltando as meninas".

(Honofre Souza, 50, disse que sua sobrinha foi assaltada juntamente com uma amiga. Foto: Anna Gomes)

Os moradores da região norte de Campo Grande, na Avenida Senhor do Bomfim, via que liga os bairros Nova Bahia, Novos Estados e o Estrela Dalva vivem situação semelhante.

O morador do Conjunto Estrela Dalva, Fernando Cardoso, 42, conta que não aguenta mais o 'breu' todas as noites em frente ao seu comércio, localizado na Avenida. "Todos os dias pela manhã é notável que durante a noite os usuários de drogas passaram por aqui, pois encontro vestígios. É um absurdo não conseguir se sentir seguro nas nossas próprias casas", relatou.

Câmara dos vereadores

Alvo de reclamação de moradores de diversos bairros , a iluminação pública - ou a falta dela - entrou na pauta de discussão da Câmara Municipal da Capital. O problema é que, mesmo com o serviço não sendo realizado, a Prefeitura de Campo Grande arrecada, a cada 30 dias, R$ 5 milhões de imposto específico para cuidar do setor, a taxa da contribuição de iluminação pública, chamada Cosip. A questão é: onde está a verba?

A equipe de reportagem tentou entrar em contato com a assessoria da Prefeitura na intenção de saber quando o município pretende apresentar uma solução para o problema, mas até o fechamento desta matéria a assessoria não respondeu.