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Campo Grande registrou 23 mortes por acidentes de trabalho no ano passado

Homens de 20 a 49 anos são os que mais se envolvem em acidentes de trabalho na Capital

Levantamento feito pelo Programa de Saúde do Trabalhador, criado pelo setor da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, registrou 23 mortes por acidentes de trabalho em Campo Grande no ano passado. Do total, 33 resultaram em incapacidade temporária do trabalhador; 23 em incapacidade parcial permanente e quatro em incapacidade total permanente.

Segundo o estudo, homens de 20 a 49 anos são os que mais se envolvem em acidentes de trabalho na Capital, sendo, em sua maioria, trabalhadores da construção civil. Na faixa-etária de 20 a 49 anos, foram notificados 1122 acidentes de trabalho considerados graves, sendo 973 envolvendo homens e 149, mulheres. 

As ocupações que mais registram casos são: pedreiro (195), trabalhador de serviços de manutenção de edifícios e logradouros (184), trabalhador agropecuário em geral (98), entre outras. Na somatória geral, os números mostram que a maior incidência de casos está na construção civil.

Durante o ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 7.830 acidentes de trabalho, sendo 2.977 em Campo Grande, segundo o Concat (sistema para consulta de dados da CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho). Em 2016, foram registrados 7.475 acidentes de trabalho no Estado, sendo 2.863 na Capital.

Casos

Entre os acidentes que acabaram em morte está o do jovem Andre Costa Lucas Junior, 29 anos, em 7 de novembro de 2017. Filho do dono da empresa La-J Lucas Artefatos de Concreto, ele morreu após cair em uma betoneira da fábrica localizada na Rua Abda Nassar, no bairro Nova Lima, em Campo Grande.

Betoneira ou misturador de concreto é o equipamento utilizado para mistura de materiais, na qual se adicionam cargas de pedra, areia e cimento mais água, na proporção e textura devida, de acordo com o tipo de obra. Ele foi realizar um reparo no equipamento sem as devidas precauções, caiu no local e o maquinário começou a funcionar.

Pátio da empresa JE Locações - Foto: André de Abreu

Neste ano, uma sequência de acidentes trágicos resultou na morte do trabalhador Rogério Fabiano Silva, 37 anos. Um maquinário caiu sobre ele em 24 de março, no pátio da empresa JE Locações, na avenida Guaicurus,  após ele escapar de um acidente pela manhã, que derrubou uma piscina em cima de três casas, no bairro Coophamat.

Rogério era motorista e dava instruções para um operador de guincho acomodar um tanque de piscina na casa de um engenheiro na Capital. No entanto, devido ao excesso de peso, o veículo tombou sobre a casa e a piscina caiu, atingindo três imóveis. Uma edícula ficou completamente destruída e uma grávida, que estava em uma das residências, ficou em choque devido ao susto.

Gastos

Nos acidentes menos graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze dias, o empregador acaba gastando pela falta de prevenção, pois deixa de contar com a mão de obra e tem que arcar com os custos econômicos do afastamento temporário do funcionário.

Nos casos mais graves, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) entra em ação para administrar a prestação de benefícios. De acordo com o TST (Tribunal Superior Trabalhista), estima-se que a Previdência Social gastou cerca de R$ 17 bilhões com benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, somente em 2010.

Mato Grosso do Sul registrou 7.830 acidentes de trabalho em 2017 - Foto: Deivid Correia

Abril verde

Para conscientizar empregados e empregadores, o TRT/MS (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região) aderiu ao Movimento Abril Verde, campanha de âmbito nacional que tem como objetivo conscientizar e incentivar medidas que promovam a redução do número de acidentes do trabalho no país.

"Nós estamos prevendo oferecer aos servidores e juízes uma palestra relacionada à prevenção de acidentes e adoecimento dentro do Tribunal; e para o público externo ações junto a serrarias de Ribas do Rio Pardo e Água Clara com visitas técnicas e esclarecimento de empregados e patrões sobre a necessidade de prevenção", pontua o juiz Márcio Alexandre, gestor regional do Programa Trabalho Seguro, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

Mobilização

Segundo o TRT/MS, o mês de abril foi escolhido por concentrar duas datas importantes relacionadas ao assunto: 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, e 28 de abril, Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho.

Criado em 2014, pelo Sindicato dos Técnicos de Segurança do Estado do Paraná, o Movimento Abril Verde tem como intuito trazer à sociedade a questão da segurança e saúde do trabalhador brasileiro, com o objetivo maior de reduzir os acidentes de trabalho e os agravos à saúde do trabalhador, mobilizando a sociedade, órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações e sociedade civil organizada para alertar sobre os problemas que ocorrem no mundo do trabalho.

Trabalho Seguro

Instituído em 2012, o Programa Trabalho Seguro tem implementado medidas buscando contribuir diretamente para a redução de acidentes de trabalho e valorização da saúde e da vida dos trabalhadores. O programa volta-se a promover a articulação entre instituições públicas federais, estaduais e municipais e aproximar-se aos atores da sociedade civil, tais como empregados, empregadores, sindicatos, Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs), instituições de pesquisa e ensino, promovendo a conscientização da importância do tema.

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