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Cidades

29/11/2018 08:21

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Capataz de preso na Lama Asfáltica ganhava 'milão' por mês, mas cobrou dívida de R$ 109 mil

Quem o defendeu na Justiça contra um pecuarista 'caloteiro', foi Carolina Baird

As inconsistências financeiras na vida de Romilton Rodrigues de Oliveira, capataz da fazenda de João Baird, preso na Lama Asfáltica nessa terça-feira (27), não eram segredo para ninguém. O peão, também preso por ser ''laranja'' do empresário, tinha salário de pouco mais de mil reais, no entanto cobrava na justiça dívida de R$ 109 mil.

Conforme o processo, aberto para consulta na Vara Cível de Costa Rica, comarca onde fica a fazenda Macaúba, de propriedade de João Baird, o capataz Romilton cobrava dívida de R$ 109 mil, fruto de notas promissórias de R$ 25 mil cada, vencidas em 3 de setembro de 2016.  

A advogada Carolina da Silva Baird, 'o ajudou cobrando o devedor. No processo, ela faz constar que todas as formas amigáveis de receber o dinheiro foram esgotadas, não restando outro caminho se não a cobrança judicial.

No pedido à Justiça, Carolina pede que até o gado registrado em nome do devedor na Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal, Iagro, seja apreendido para garantir o pagamento dos valores. Também solicitou que valores disponíveis em contas em nome do devedor fossem bloqueadas a fim de quitar o débito, que não teve a natureza divulgada.

Após a intimação do juiz de direito em Costa Rica, Marcus Abreu de Magalhães, a dívida foi paga e o processo extinto a pedido do autor.

''Rico pobre''

Romilton foi um dos investigados na 6ª fase da Lava-Jato, chamada de Computadores de Lama, deflagrada nessa quinta-feira (27). A Polícia Federal e órgãos de controle apontam que o capataz era na verdade ''laranja'', nas negociações expúrias de João Baird. No nome do peão havia imóveis rurais e milhões de reais em contas bancárias de agências paraguaias.   

As prisões e mandados de busca e apreensão foram autorizados pela 3ª Vara da Justiça Federal. Foram presos o empresário João Baird, dono da Itel Informática, o ex-secretário adjunto de Fazenda na gestão André Puccinelli, André Cance, Romilton Rodrigues Oliveira, funcionário de Baird e Antônio Celso Cortez, também empresário.

As investigações, que começaram em 2015, apontam que o grupo criminoso, chefiado por André Puccinelli, que governou o estado por dois mandatos, 2007 a 2014, direcionava licitações de obras públicas para empreiteiras ''amigas'' e recebia propina por isso.

Para ocultar os bens, frutos de ação criminosa, o dinheiro era colocado em nome de laranjas ou enviados para contas no exterior. Segundo a PF, o total de dinheiro desviado dos cofres públicos chega a R$ 432 milhões.

 

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