Mães de Campo Grande, que possuem filhos com deficiência e que precisam de dietas, suplementação e fraldas, estão com dificuldades em conseguir os itens durante a pandemia. Com o custo alto, elas têm buscado apoiar umas às outras.

Segundo a dona de casa Leila Borges, 30 anos, mãe do Gustavo Borges, 12 anos, que tem paralisia cerebral grave e sofre de escoliose na coluna, cada lata custa em média R$ 400 e essa é a única forma da alimentação da criança.

“Esse mês de junho não teve, nem as dietas, nem fraldas e nem as medicações. No caso do meu filho, que é via gastro, ele usa uma lata de 400 por dia, pois não se alimenta de outra forma a não ser pela sonda de gastrostomia. Ele usa 10 fraldas por dia. Costumo pegar os itens no CEM, só que está em falta, me informaram que dia 6 chega”.

A mãe conta que ela mora com os dois filhos e, devido à limitação de Gustavo, ela fica impossibilitada de trabalhar. A família recebe o benefício do Loas (Lei Orgânica da Assistência Social) e precisa pagar, além dos gastos básicos como aluguel, água e luz, a alimentação diferenciada de Gustavo, quando falta.

A artesã Grazianny Farias é mãe do menino Leonardo José Farias dos Santos, 13 anos, que também tem paralisia cerebral. Ao TopMídiaNews, ela reforçou que as mães estão fazendo uma corrente solidária em busca de ajudar os pequenos.

“Mesmo com ordem judicial não estamos conseguindo pegar suplementos, dietas, essa luta não é de hoje. Infelizmente, quem tem que dar suporte é o município ou o Estado, mas isso não está ocorrendo. Acompanho a luta e o desespero de outras mães, de chegar no CEM e não ter a dieta, não ter fralda e nem previsão”, desabafa.

“O que estamos fazendo é uma mãe especial ajudar as outras, as que estão conseguindo, estão dividindo o pouco que tem, sabemos que o momento está difícil, mas nossos filhos precisam, queremos o suplemento e o prazo para que isso ocorra”.

Em nota, a SESAU (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o processo de aquisição dos materiais e insumos necessários do paciente Leonardo está em andamento, assim como todos os processos existentes para fornecimento de dietas, materiais e insumos estão sendo reavaliados para dar mais celeridade no trâmite de aquisição do mesmo assegurando assim que o paciente não fique desassistido.