Mais de 300 famílias que trabalham com reciclagem de lixo em Campo Grande estão reunidas em frente à concessionária do serviço de limpeza da Capital, Solurb - Soluções Ambientais. Os catadores de recicláveis alegam que vão permanecer no local até a definição do impasse, que permanece nos últimos dias.
A questão é que os catadores que trabalhavam na área de transição do aterro sanitário da Capital estão proibidos de entrar no local devido a uma determinação judicial. Eles reivindicam o direito de trabalhar e, por outro lado, as autoridades estão estudando um outro espaço.
A previsão é que em 150 dias uma Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) deve ser concluída, pondo fim ao dilema. Enquanto isso, a empresa Solurb se propôs a contratar temporariamente parte dos catadores para fazerem a limpeza na cidade, oferecendo 200 vagas com carteira assinada e salários de R$1 mil. Apesar da prefeitura buscar uma solução, os catadores estão relutantes ao acordo oferecido.
Desacordo - Além do mais, eles alegam que não foram comunicados oficialmente sobre isso. “Só estamos sabendo das vagas através da imprensa, ninguém nos procurou. Mesmo assim, a proposta não nos interessa”, diz um dos representantes dos catadores, Luiz Henrique Berrocal, destacando que os manifestantes só sairão do local após uma definição, um posicionamento oficial. No momento, eles começam barrar a entrada dos caminhões no lixão e ameaçam atrapalhar o serviço de coleta da Solurb.
“Mesmo que a prefeitura ou a Solurb ofereçam as vagas, não vamos aceitar. Não queremos esse tipo de emprego. O valor oferecido é insuficiente, porque nós trabalhamos das 5h até 10h da manhã e tiramos diariamente, em torno de R$ 150,00, semanalmente são 700,00 e R$ 2.500 mensais”, contou Luiz Henrique.
Rudinei Maciel, de 50 anos, revelou que o bom de ser catador é que ele mesmo faz o seu salário. “Prefiro pegar meu carrinho e coletar lixo reciclável na rua do que me sujeitar ao que estão oferecendo. Hoje, eu tiro em torno de R$ 4 mil por mês só com lixo reciclável”, explicou.
(Catador contou ao TopMídia News que seu rendimento mensal é superior ao salário de R$1 mil oferecido pela Prefeitura - Foto: Deivid Correia)
Um dos manifestantes chegou a desafiar o prefeito em relação à assistência das famílias. "Se o prefeito quer nos dar um sacolão por mês para que aceitemos essa situação, eu darei dois para que ele nos deixe trabalhar", afirmou. Até o momento, não houve confusão no local. Porém, a concessionária Solurb assegurou que se houver paralisação de entradas dos caminhões, a polícia será acionada.