Insatisfeitos com as condições de trabalho e com a falta de reajuste salarial neste ano, uma série de categorias está se mobilizando e Mato Grosso do Sul pode ter o serviço básico - como Educação e Saúde - paralisado. Médicos e funcionários administrativos já cruzaram os braços em 2015. Os professores municipais, estaduais e enfermeiros também ameaçam entrar em greve ainda neste mês.
Na última semana, revoltados, os médicos aprovaram uma greve que durou seis dias, interrompendo praticamente todos os atendimentos aos pacientes. Aproximadamente 30% do efetivo continuou atendendo nas unidades básicas do município, mas apenas nos atendimentos de urgência e emergência. Houve acordo com a Prefeitura de Campo Grande, porém, caso ocorra o descumprimento do acordado com a prefeitura, os profissionais prometem parar novamente.
Também na semana passada, na segunda-feira, dia 4 de maio, a paralisação dos servidores administrativos municipais da Educação deixou mais de 103 mil alunos sem aula. Sem os serviços administrativos, poucas escolas funcionaram e pelo menos 90 % delas aderiram ao ato.
Segundo o presidente do Sisem (Sindicato dos servidores e Funcionários da Prefeitura Municipal de Campo Grande), Marcos Tabosa, 86% da categoria optou por não ter greve, aceitando a contraproposta da prefeitura. "Apenas 14% estava a favor de uma paralisação. Acredito que a fragilidade do atual executivo está levando quantidade de descontentamento dos trabalhadores", explicou.
Agora é a vez dos professores das redes municipal e estadual de ensino pressionar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o prefeito Gilmar Olarte (PP). Segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), aproximadamente 200 mil alunos devem ficar sem aulas amanhã (14). A paralisação da rede estadual envolve cerca de 20 mil professores.
Já a rede municipal, os educadores cruzarão os braços no dia 19 deste mês, quando aproximadamente 100 mil alunos devem ficar sem aula. Segundo o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, os professores querem o reajuste do piso nacional de 13,01% e ainda disse que a categoria deve comparecer em 'peso' na Câmara Municipal em busca de um acordo com os vereadores.
"Todas as escolas municipais vão parar. No dia 19 vamos fazer uma assembleia na sede da ACP às 7h da manhã. Em seguida, iremos todos até a Câmara conversar com os vereadores. O prefeito -Gilmar Olarte, do PP- criou uma crise financeira e diz que não vai ter como pagar o reajuste", explicou Geraldo.