Com apitos e cartazes, cerca de 800 professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) realizam um protesto em frente à prefeitura de Campo Grande na manhã de hoje (25). A estimativa é da Guarda Municipal que acompanha a movimentação que ocorre de forma pacífica e ordeira.
Os professores cobram do prefeito Gilmar Olarte (PP) o cumprimento da Lei Federal 5.411 que estabelece o piso salarial da categoria para 20 horas de serviço.
Conforme o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, uma reunião com a comissão de educação da prefeitura estava marcada para às 15h, mas o encontro foi antecipado para esta manhã.
Neste momento, dez representantes dos educadores negociam um acordo com a equipe do gestor progressista. As escolas municipais não abriram na manhã de hoje, pois os profissionais estão em greve por tempo indeterminado.
Embates
Esta não é a primeira vez que a categoria confronta o prefeito Gilmar Olarte por melhorias nas condições salariais. Em novembro do ano passado, a categoria entrou em greve para o cumprimento da Lei Municipal nº 5.148/13, que determinava a integralização do piso salarial municipal, que era de R$ 1.564,97, ao piso salarial nacional, de R$ 1.697,37, em três parcelas.
''A greve valeu a pena, foi uma grande vitória. Na rede municipal de ensino tem muita gente nova. Para conseguir conquistas, temos que lutar. Fiquei muito feliz com o apoio de toda população. O prefeito tentou jogar a sociedade contra a categoria, mas os pais, os professores, os alunos, todos nós juntos, conseguimos fazer justiça", disse Geraldo, à época.
Deste então, o conflito entre prefeito e professores se acirrou. A truculência com que Olarte vem conduzindo as negociações com a categoria e o engessamento da pasta culminaram, inclusive, na saída da secretária de educação, Ângela Brito, que entregou o cargo alegando falta de diálogo e de liberdade para trabalhar na administração progressista.
A perseguição com os profissionais da área também teve reflexo na vida pessoal dos professores convocados. Conforme denunciado pelo Top Mídia News, o professor de matemática, Maiko Ferreira, de 30 anos, foi demitido da prefeitura após compartilhar matérias contra o prefeito em sua página pessoal no Facebook.
Além disso, em nova denúncia, ele revela que o caso está sendo utilizado por diretores de escolas para intimidar e desestimular outros profissionais que possam tornar público os casos de assédio moral, ocorridos dentro das instituições.
* Matéria editada às 10h37 para acréscimo de informações.