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02/03/2020 07:00

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"Eu tinha uma família até esses dias", diz professor que perdeu mulher e filho após parto

Ele disse que mulher sonhava com a chegada do filho; 'agora estou sozinho'

O professor Francisco Reco Dias, 47 anos, está passando por um momento muito difícil após perder o filho recém-nascido Arthur Miguel e a mulher, Francinete Rodrigues Beltrão, 28 anos. Ambos morreram no dia 8 de fevereiro, no Hospital Municipal Francisco Sales.

Ele procurou a Polícia Civil da cidade de Bodoquena, no dia 22 de fevereiro, para denunciar suspeita de negligência médica.

“Estou abaladíssimo, eu tinha uma família até esses dias e agora estou sozinho, quero fazer justiça por ela, ela sonhava em ser mãe”, desabafa.

A indignação, segundo ele, é devido à falta de justificativas concretas para a morte dos dois.

O bebê nasceu no dia 6 de fevereiro aparentando estar saudável, no entanto, os pais desconfiaram de que algo estava errado.

“No primeiro momento os médicos disseram que ele tinha nascido saudável, só que a gente via que ele não estava bem, choro de assustado, não precisava ser médico pra ver que ele não estava bem”, diz.

Na primeira noite, ele acompanhou a esposa e o filho, no entanto, precisou pedir para que a sogra ficasse no dia seguinte, já que outras mulheres também iriam ser acomodadas no quarto.

“Eu liguei pra minha sogra e ela foi ficar com ela de sexta pra sábado, disse que ele chorou muito, passou mal por volta das 21h de sexta, já por volta das 23h37 foi feito o pedido de vaga zero para o hospital regional de Aquidauana, 20 minutos depois disponibilizaram a vaga. Aí a recepcionista avisou que levariam para lá, só que quando começaram a fazer o processo de transferência, o médico disse que ninguém ia sair dali, que ele resolveria o problema, quando deu 0h33, ele ligou no hospital de Aquidauana e cancelou a vaga”, conta.

O professor diz que estranhou o cancelamento, mas que o médico disse que ‘resolveria o problema’ lá. Já por volta das 3h, ainda segundo Francisco, a sogra e avó de Arthur disse que ele havia parado de chorar.

“Ele ficou muito quieto, ela achou que ele estivesse dormindo, quando foi 7h da manhã, eu estive no hospital, eu já não encontrei meu filho no quarto e vi minha esposa chorando muito, ela viu que ele estava chorando muito e nariz sangrando”.

Angustiada, Francinete, que ainda estava viva, pediu para que ele fosse ver. “Eu vi um médico voltando do corredor, me identifiquei como pai e me informaram que ele tinha vindo a óbito”.

A família recebeu a informação de que o bebê havia morrido em decorrência de problemas cardíacos. “Falaram que ele tinha problema cardíaco, mas em nenhum momento, nada apontava que ele tinha problema cardíaco”.

2ª perda

Após a morte do pequeno Arthur Miguel, Francisco conta que o momento mais traumático foi comunicar à mulher, que sempre sonhou em ser mãe e estava debilitada depois de ter passado três dias em trabalho de parto, da morte do bebê.

“Eu me desesperei, pois ela sonhava muito com esse filho. Era o primeiro filho dela, ela tinha se preparado pra isso. E como eu ia dar uma notícia tão triste?”.

Foi então que o médico se prontificou e disse que ia fazer o comunicado. “Ele entrou no quarto, coletou o sangue dela, e disse ‘a notícia que eu tenho não é boa, seu filho veio a óbito’. Ela ficou muito abalada, chorou muito. Levaram esse exame e 4 horas depois passaram o resultado do exame, escrito à mão, que ela estava com dengue”.

No entanto, segundo Francisco, Francinete não havia apresentado nenhum sintoma de dengue tendo, inclusive, passado por médico antes de ir ter o filho.

“Ela não tinha nada, a levei no hospital um dia antes de internar, a médica que acompanhou ela durante o pré-natal deixou ela lá por uma infecção urinária, não tinha nada de dengue”, lamenta.

SES

A unidade, segundo consta no registro da ocorrência, informou que ela morreu devido ao quadro de dengue. A suspeita da morte pela doença foi informada em boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria Estadual), na quinta-feira (27).

Entramos em contato com a SES e aguardamos o posicionamento. 

A seguir o vídeo gravado e divulgado pelo pai. ATENÇÃO PARA IMAGENS FORTES:

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