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Cidades

Governo pede apoio das Forças Armadas e OAB crítica demora

31 agosto 2015 - 14h40Por Alessandra Carvalho

Após a morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, 24 anos, da etnia Guarani-Kaiowá, na fazenda Fronteira, em Antônio João, 279 quilômetros da Capital, o governador  Reinaldo Azambuja pediu para a presidente Dilma Rousseff a presença de militares das Forças Armadas nas áreas de conflito indígena.

Policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), e da Força Nacional acompanham o conflito. Conforme informações do Governo de Mato Grosso do Sul, o ofício foi feito por email para a União. Os indígenas ocuparam desde a semana passada cinco fazendas e duas delas foram retomadas pelos proprietários rurais.

Conforme informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a presidente do Sindicato Rural, Roseli Maria Ruiz, afirmou que os índios estavam circulando pelas fazendas com diversos galões de gasolina e surgiu os boatos que eles iriam colocar fogo.

Famílias Indígenas de Ñanderú Marangatú  foram atacados por fazendeiros armados . O acampamento de retomada das famílias Guarani e Kaiowá foi invadido por 60 pistoleiros que entraram realizando disparos.  O indígena Semião Vilhalva,  de  24 anos, foi assassinado à beira de um córrego onde procurava seu filho.

A Ordem dos Advogados de Mato Grosso do Sul critica a demora do Governo Federal na resolução de conflitos de terra em MS. Veja a nota da institução:

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Júlio Cesar Souza Rodrigues, classifica como irresponsável o descaso do Governo Federal na resolução de conflitos no Estado. Neste final de semana, houve evidências de violência no conflito entre indígenas e proprietários rurais, no município de Antônio João.

“Há anos temos cobrado medidas emergenciais e a demora tem trazido insegurança jurídica para todos. Vivemos diante de uma guerra e entendemos a legitimidade da causa, tanto de indígenas quanto de proprietários rurais. O Governo Federal não pode mais fechar os olhos para esse caos”, diz o presidente. Júlio Cesar lembra que em junho de 2013, entregou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, uma carta de manifestação solicitando maior agilidade na solução dos conflitos agrários no Estado. “Até agora aguardamos resultados para resolvermos tantos impasses”.

O presidente aponta a participação ativa das comissões da Ordem na busca de soluções pacíficas. “Tanto a Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (COPAI) quanto a Comissão de Assuntos Agrários e Agronegócio atuam na defesa dos direitos legítimos”. Em relação ao episódio de Antônio João, a OAB/MS criou um Grupo de Observadores que irá atuar in loco para acompanhar o conflito, com objetivo de assegurar condições mínimas de negociação, cobrando das autoridades presentes a pacificação no embate.