A Sejusp (Secretaria de Estado, Justiça e Segurança Pública) reforçou a segurança na fronteira de Mato Grosso do Sul com mais de 80 homens após a onda de assassinatos na região de Ponta Porã. O final de semana foi marcado por execuções que até agora resultaram em sete mortes.
A guerra sombria que paira em Pedro Juan Caballero chega a Ponta Porã, e as Forças de Segurança do Estado realizam patrulhamento desde a cidade até Sete Quedas, afirma o secretário da pasta Antônio Carlos Videira.
“Estamos com mais de 80 homens reforçando, todo o efetivo já empenhado desde Pedro Juan Caballero até Sete Quedas, com o objetivo de proporcionar mais segurança e apoiar as autoridades paraguaias no esclarecimento desses quatro homicídios [de estudantes brasileiras e homens paraguaios], assim como também apoiar a Polícia Civil a e da Delegacia Especializada de Homicídios que estão trabalhando em prol de identificar os autores do homicídio do vereador Farid.”
Execuções
A primeira morte registrada no final de semana foi do vereador de Ponta Porã Farid Afif (DEM). Ele foi executado a tiros por um pistoleiro em uma moto no final da tarde sexta-feira (8).
O vereador andava de bicicleta em frente a uma revendedora de carros quando foi atingido até a morte. Ele chegou a publicar um vídeo nas redes sociais comentando sobre o percurso que estava fazendo.
A DEH (Delegacia Especializada em Homicídios) de Campo Grande assumiu a investigação do caso.
No sábado (9), também foi registrado mais quatro mortes por execução, sendo que uma das vítimas é Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo.
Morreram também Kaline Reinoso; Osmar Vicente Álvarez Grande, o 'Bebeto'; e Rhannye Jamilly.
A polícia paraguaia prendeu ontem (11), seis brasileiros acusados de participarem do assassinato. A Polícia acredita que Bebeto, era o principal alvo dos pistoleiros. Mais de 100 disparos foram feitos.
Depois disso, dois policiais paraguaios foram executados ontem (12).
Outros atentados
Em entrevista a uma rádio local, o governador de Amambay, Ronald Acevedo afirmou que Pedro Juan Caballero é “um mercado livre de assassinatos e tráfico de drogas”.
É espantoso o número de execuções e tentativas de assassinato na fronteira. Isso reflete nas cidades de MS.
Em abril deste ano, por exemplo, a casa do vereador Mauro Ortiz (PSDB), em Ponta Porã, foi alvejada por tiros e o filho de 3 anos ficou ferido.
Também em Ponta Porã, em 2019, o ex-candidato a prefeito e ex-vereador, Chico Gimenez, foi assassinado após pistoleiros invadirem a casa.
Chico Gimenez era tio do narcotraficante Jarvis Pavão.
Pavão está recolhido na Penitenciária Federal de Brasília, após ser condenado a 16 anos e cinco meses de reclusão, em regime fechado, mais multa.
A onda de violência extrema na região também teve início após a morte do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016. Ele era chamado de "rei da fronteira" e foi morto a tiros durante uma emboscada coordenada pelo PCC.
Autoridades das forças de segurança de Pedro Juan Caballero e de Ponta Porã afirmam que ao menos 15 pessoas foram assassinadas na região nas duas últimas semanas.