Após a renúncia de dois conselheiros da Santa Casa em Campo Grande, em meio a denúncias de nepotismo e gastos injustificados, a diretoria do hospital emitiu uma nota afirmando que se tratavam de “membros relapsos”, responsáveis por críticas sem fundamento e que incitavam a discórdia durante as reuniões.
Estas características são atribuídas aos ex-conselheiros Alfredo Sulzer e Wilson Teslenco. Também há críticas contra Irapuã dos Santos, excluído do quadro de associados.
Toda esta confusão começou após Sulzer e Teslenco redigirem uma carta de renúncia apontando várias falhas a gestão. Dentre elas, nepotismo, contratações suspeitas e gestão centralizadora. Outra crítica está relacionada ao aumento da dívida.
Na carta, os conselheiros afirmam que a atual gestão assumiu com dívida de 100 milhões de reais e que hoje está em cerca de 250 mi. O documento de renúncia é datado de 11 de junho deste ano e foi recebido por um diretor-secretário do hospital.
A NOTA
Em nota, o presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento nega todas as acusações e fala que todas as denúncias são ''irresponsáveis''. Segundo ele, a dívida se manteve a mesma e a queixa de nepotismo é infundada.
O Ministério Público Federal tem um ranking de transparência dos hospitais brasileiros, públicos ou conveniados com o SUS. São mais de 5 mil hospitais e a colocação da ABCG-Santa Casa nesse ranking é na 9ª posição. Por aí se vê a inconsistência das afirmações dos acusadores.
Nascimento esclareceu que uma diretora-técnica citada pelos denunciantes entrou em 2012 por meio de processo seletivo, antes do marido ser associado. Ele nega falta de transparência e diz que todas as decisões da diretoria são postas para análise do Conselho.
A sua designação para o Cargo Técnico decorre de suas qualidades profissionais e pessoais, depois de haver ocupado várias coordenações de equipe, do centro cirúrgico e a gerência médica. Sua designação foi da livre escolha do então Superintendente, Dr. Augusto Ishy. Seu esposo somente tornou-se associado posteriormente. Então estaria havendo um nepotismo às avessas: Ela que teria trazido o esposo para ser associado? Nada tem a ver a atuação de responsabilidade técnica do hospital com gestão financeira. A acusação é gratuita e irresponsável contra a servidora.
O presidente disse ainda que as denúncias vem em um momento pré-eleitoral e por isso vê relação das denúncias com o processo eleitoral.
Os Comitês no passado, sob controle dos atuais detratores serviram, em alguns casos, para esses senhores acusadores montassem linha de frente de disputa eleitoral nas últimas eleições. É a mesma tática que utilizam agora, na antevéspera de nova eleição.