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Cidades

Menos populosa, Capital gasta milhões a mais com lixo do que Campinas

17 novembro 2015 - 07h00Por Diana Christie

Ultrapassando os R$ 14,3 milhões mensais, os gastos com a coleta de lixo em Campo Grande superam os valores pagos pelo mesmo serviço em outros municípios, até mesmo os que possuem número de habitantes equivalente ou superior. Em levantamento realizado pelo TopMídiaNews, a CG Solurb cobra pelo serviço de limpeza e manutenção do munícipio uma taxa maior que das cidades de Curitiba (PR), Campinas (SP) e Cuiabá (MT).

De acordo com informações publicadas no site da Rádio Banda B, de Curitiba, a empresa Cavo Serviços e Saneamento S/A venceu a licitação para a coleta de lixo e varrição de cidade em 2011 por R$ 629,7 milhões, com deságio de R$ 15 milhões e ampliação dos serviços. O contrato tem validade de 60 meses, o equivalente a R$ 10,4 milhões mensais, para atender cerca de 1,7 milhão de habitantes, segundo censo de 2010, que produzem 1,6 mil toneladas de lixo.

A empresa é responsável pelos serviços de coleta e transporte de resíduos domiciliares e de varrição; coleta seletiva de resíduos sólidos recicláveis; coleta indireta de resíduos domiciliares; varrição manual e mecanizada; varrição e lavagem de feiras-livres; raspagem de cartazes e lavagem de calçadões; limpeza especial; limpeza de rios; coleta, transporte e destinação para tratamento de resíduos tóxicos domiciliares; e manutenção e monitoramento do aterro sanitário de Curitiba.

Na comparação com Campo Grande, município paga R$ 14,3 milhões mensais, conforme empenhos publicados no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) em julho deste ano (veja a imagem), o que representa um crescimento de 232% sobre os repasses planejados no contrato firmado em novembro de 2012, durante a gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB). Na Cidade Morena, a CG Solurb atende cerca de 774,2 mil habitantes, que produzem 750 toneladas de lixo.

Diogrande de 24 de julho de 2015 - Foto: Reprodução

Em Campinas, são produzidas 1,3 mil toneladas diárias de lixo que são transportadas para tratamento em Paulínia (SP) desde abril de 2014, quando o aterro Delta A foi desativado. De acordo com informações do site G1 local, a prefeitura gastava cerca de R$ 80 milhões ao ano, que passariam a R$ 113 milhões a partir de então, o mesmo que R$ 9,4 milhões ao mês para atender uma média de 952,6 habitantes, conforme censo de 2010. Na cidade, o lixo ‘exportado’ pela empresa Estre Ambiental equivale a R$ 3,4 milhões mensais do total gasto.

Com pouco mais de 542,8 mil habitantes, Cuiabá apresentou os valores mais baixos destinados ao serviço. Segundo o site Circuito Mato Grosso, as despesas com coleta de lixo não ultrapassam R$ 2 milhões. Mensalmente, a prefeitura repassa R$ 1,4 milhão para a empresa terceirizada Ecopav realizar o serviço e arca com mais R$ 200 mil para custeio de combustível e outros gastos, além de R$ 250 para o gerenciamento do aterro sanitário.

São cerca de 542,8 mil cuiabanos que produzem diariamente cerca de 500 toneladas de lixo, recolhidos por 30 caminhões específicos. Segundo o portal do município, o edital de contratação previa 30 caminhões coletores de resíduos sólidos domiciliares, com condutores, sem combustível, com guarnição coletora e equipamentos de apoio quando necessário. Dois dos veículos seriam específicos para a coleta do lixo seco, ou seja, reciclável.

Cada conjunto de veículos foi entregue com rádio comunicação, GPS e chip de localização via satélite, que permite o monitoramento por uma central de controle instalada na dependência da Secretaria de Infraestrutura local. O valor global do contrato é de R$ 16.843.568,76, para 12 meses que pode ser prorrogado por igual período.

Aterro sanitário localizado no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande - Foto: Geovanni Gomes

Todas as cidades pesquisadas enfrentaram problemas com a coleta de lixo e interrupção do serviço, principalmente devido a greves de funcionários e má qualidade do serviço, além de reclamações de moradores que moram nas proximidades de aterros sanitários. Ainda assim, a prefeitura de Campo Grande mantém a relação custo/benefício mais cara entre os municípios citados.