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Cidades

27/07/2019 07:00

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Movida por amor, ONG sobrevive em meio à crise e atende 70 crianças no Nova Lima

“Aqui a gente trabalha com o coração”, conta profissional que trabalha na ONG

“Aqui a gente trabalha com o coração”, esse é o lema que a pedagoga e auxiliar administrativo, Gisele Braga, de 38 anos, define para profissionais que desejam trabalhar em ONGs. Ela atua desde 2002 na instituição Recanto das Crianças, localizada no bairro Nova Lima, região norte de Campo Grande.

Fundada em 1993 e inaugurada em 1999, a ONG passa por um momento delicado, devido à crise instalada no país. Atualmente, são 70 crianças atendidas apenas no período no vespertino. Gisele destaca que essa mudança foi necessária em junho de 2018, devido à dificuldade de doações e falta de recursos.

“Até junho do ano passado, a gente atendia 100 crianças. Devido à falta de verba e recursos, nós tivemos que fazer esse corte, tanto de funcionários quanto de crianças atendidas, pois não tínhamos condições financeiras de continuar. Desde então, a gente começou a atender apenas meio período”, comenta.

No local, são desenvolvidas atividades como tênis, dança, balé, aulas de informática, além da banda e percussão, que estão sendo finalizadas pela falta de recurso. Já a alimentação dos usuários assistidos, jovens e adolescentes, com idades de 9 a 15 anos, é realizada através de alimentos doados.

“Tudo é parceira, estamos sempre correndo atrás de parceiros. No início da tarde, a gente oferece um lanche e também fazemos janta. Quem tem interesse em doar, pode depositar na conta do Recanto ou ligar pra gente que vamos buscar. Pois, às vezes, a pessoa tem lá uma doação de alimentos que não consegue trazer”, pontua Gisele.

Com foco em atender a comunidade e auxiliar na formação dos cidadãos, a ONG une o útil ao agradável e engloba os familiares dos assistidos para a prestação de serviços voluntários.

“Como a gente trabalha englobando a família, buscamos os pais dessas crianças para serem voluntários. Às vezes a gente precisa instalar uma torneira, fazer alguma coisa, detalhe. Não temos condições de pagar”, destaca.

Com um custo mensal de R$ 12 mil e recebendo apenas R$ 3,6 mil de auxílio, a instituição busca formas de arrecadar fundos para manter a estrutura.

“Realizamos também bazar, se tiver alguém querendo doar roupas, nós vamos buscar ou se puder trazer para nós, fazemos o bazar uma vez por mês. O que ele render é lucro, dá pra pagar uma água, uma luz. São roupas baratas que vendemos, cerca de R$ 1 a R$ 5”, pondera.

Questionada se diante de tantas dificuldades, eles não pensam em desistir do trabalho, Gisele responde de imediato.

“Sempre digo que quem trabalha em uma ONG não trabalha só pelo dinheiro, trabalha pelas vidas. Você olhar um adolescente entrando no mercado de trabalho, entrando em uma faculdade, faz com que o pouquinho que eu fiz valha a pena. Nós fizemos a diferença na vida deles”, finaliza.

Quem tiver interesse em ajudar, pode entrar em contato através do telefone (67) 3354-4746 ou ir até a ONG, na Avenida Gualter Barbosa, no Nova Lima.

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