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Cidades

19/02/2014 18:00

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Mulheres de detentos pedem socorro aos Direitos Humanos em frente ao Fórum da Capital

Protesto

19/02/2014 às 18:00 |

Carlos Guessy

O grupo de mulheres se concentrou na rua Barão, na entrada do Fórum da Capital com faixas e cartazes em um protesto pacífico. Foto: Geovanni Gomes

O grupo de mulheres se concentrou na rua Barão, na entrada do Fórum da Capital com faixas e cartazes em um protesto pacífico. Foto: Geovanni Gomes

Um pequeno grupo de mulheres de detentos se reuniram na tarde desta quarta-feira (19), em frente no Fórum de Campo Grande, na Barão do Rio Branco, em um protesto por melhores condições de saúde, higiene e para cobrar ações contra superlotação das celas dos presídios da capital e do interior do Estado.


Segundo uma das organizadoras do manifesto, a cabelereira Mariah de Lima, 29 anos, a expectativa do grupo era de reunir umas vinte pessoas. Além de esperarem para ser recebido pelo Juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal, fato que não aconteceu.


As reclamações das mulheres são inúmeras, elas se queixam da falta de educação dos agentes penitenciários. “O que passamos todos os domingos nas visitas não tem descrição, é muita humilhação, passar o que a gente passa ninguém merece ser tratado desse jeito”, disse Camila Torraca, esposa de um custodiado.


 

“Na hora da revista, a falta de respeito é ainda maior. As agentes perfuram os alimentos e os materiais de limpeza com a mesma faca. Quando vamos reclamar, elas respondem que cadeia não precisa ter luxo. Então os detentos têm que comer comida que foi cortada com a mesma faca de sabão em pó e amaciante”, afirmou a irmã de custodiado, Adrielly Alves, 23 anos. Ela ainda confessou que seu irmão na última visita reclamou que tinham colocado sabão em pó na mistura do pó de café. Tudo para judiar dos nossos maridos e irmão. Isso é crime, temos que denunciar, pois é um motivo para eles brigarem e invadirem as celas”, denunciou Adrielly.


Com o marido preso, a cabelereira Mariah de Lima, 28 anos, diz que o protesto surgiu nas conversas entre as mulheres nas filas dos estabelecimentos penais de Campo Grande. As mulheres decidiram que alguma coisa teria que ser feita para chamar atenção para a situação dos presos.


Mariah comenta que muitas pessoas pensam que os presos “passam bem” nos presídios, comendo de graça, morando e recebendo auxílio, mas que a realidade dentro das celas não é essa. “Só quem passa por isso sabe como é. As pessoas que não tem um parente preso acham que eles comem bem, mas a marmita é um feijão azedo, sem tempero. Eles tratam o preso como se fosse bicho, como que uma pessoa pode se ressocializar desse jeito”, questionou.


“Quero deixar claro que estamos fazendo um protesto pacífico para chamar a atenção das autoridades, da mídia. Para todos saberem como é o nosso sistema carcerário. Vamos marcar um brevemente bem maior com o máximo de mulheres, filhas, irmãs lá no dia da visita em um domingo”, revelou Mariah uma das organizadoras do protesto.


 

O Top Mídia News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário para pedir um posicionamento sobre o protesto e as reclamações. A assessoria informou que as reclamações estão sendo apuradas para as devidas providências serem tomadas.

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