Em praticamente todos os bairros de Campo Grande existe alguma “carcaça abandona” de obras municipais que não foram terminadas e que revoltam a população que acreditou em promessas politicas. A herança se arrasta desde a gestão de Nelson Trad Filho, do PMDB, e foi intensificada durante a administração de Alcides Bernal, do PP, prefeito cassado em março deste ano.

Um exemplo do abandono é a construção de uma escola municipal prometida por Bernal para atender os moradores do residencial Vivendas do Parque, no Bairro Paulo Coelho Machado. Até hoje, a empreita, que ajudaria a população dos "famosos" condomínios da Homex, não saiu do papel.

Não bastavam os transtornos causados pela negligencia da empreiteira Homex, que enganou compradores e entregou moradias incompletas - ou mesmo nem entregou -,os moradores dos condomínios Vivendas do Parque precisam levar os filhos para estudarem em escolas em outras bairros, sendo que na estrada do residencial ficou só na promessa de Bernal.

Já na conta de Nelsinho ficam muitas outras obras paradas, como a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital Mulher do Bairro Moreninha, prometidas para serem inauguradas ainda em 2012, mas que seguem paradas.

(Escola do Paulo Coelho Machado seria para atender população de residencial, que reclama de descaso do poder público municipal)

“Essa escola (para atender o condomínio da Homex) já era para ter sido entregue há quase dois anos. Quando as mães vieram para cá ficaram muito felizes com esse colégio enorme em tempo integral, já planejavam trabalhar, mas desde quando o Bernal saiu nunca mais vimos alguém trabalhando. Agora as crianças são levadas para estudar no Mário Covas ou Jardim das Meninas, longe daqui”, conta a dona de casa Ana Cléia, 33 anos, moradora do residencial em frente a entrada da escola.

Já a construção de uma das UPAs "mais modernas" - como foi prometido - para atender a população das Moreninhas ficou apenas com pichações e degradações. “Desde os Trad isso aí tá parado! Quando o Bernal entrou até que começaram mexer, mas aí ele saiu e o negócio parou de vez. Nem sei se vão terminar algum dia”, declara Maísa Hartheman, 58 anos, moradora no Bairro Moreninha há 30 anos.

As obras são somente exemplos da paradeira do município. Algumas empreitas emblemáticas para a população não sairam do papel, como no caso do Hospital do Trauma, iniciado pela gestão municipal, mas passado para a Santa Casa. A obra tem quase duas décadas de parada.

(Na região das Moreninhas, problema é com Unidade de Pronto Atendimento, prometida por Nelsinho, e já depredada e sem uso) 

Contra estratégias políticas

Um projeto de Lei, idealizado pelo vereador Eduardo Romero (PT do B) foi aprovado na Câmara dos Vereadores, no dia 16 de outubro, proibiu a entrega de obras públicas inacabadas, com isso não poderão ser entregues como promessas eleitorais.