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Cidades

Prefeitura e Santa Casa enfrentam impasse sobre ocupação de leitos da UTI

25 novembro 2015 - 18h02Por Amanda Amaral

Depois da decisão liminar para obrigar a Santa Casa a conceder 11 leitos a pacientes que aguardam por vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital, a diretoria do hospital se reuniu nesta quarta-feira (25) com o prefeito Alcides Bernal (PP) e o Ministério Público Estadual para discutir a situação.

O hospital havia bloqueado 14 leitos estão bloqueados porque alega não ter meios de custear o funcionamento dos mesmos, até mesmo pela falta de produtos de higiene para desinfecção logo após serem desocupados, não podendo ser utilizados por novos pacientes.

Conforme o diretor-presidente do hospital, Wilson Teslenco, essas vagas seriam destinadas a pacientes com riscos mais graves.  Segundo ele, a diretoria já tenta reverter a liminar por meio de recurso, porque a essa solução “não atende a necessidade da rede como um todo e o médico responsável pelas UPAs, onde agora estão estes pacientes, nem os classificou como gravíssimos. Nem todos precisam desses leitos, isso impacta diretamente no acesso dos pacientes realmente graves ao hospital, que já estão aguardando na área vermelha da Santa Casa”.

Por enquanto, apenas cinco desses pacientes foram levados ao hospital e os demais deveriam ser realocados após análise do quadro pela Central de Regulação de Vagas, para que possam receber os medicamentos adequados e que, hoje, o hospital não dispõe.

Impasse

A diretoria da Associação Beneficente, mantenedora do hospital, afirma que tanto o Governo do Estado como a Prefeitura não cumpriram com repasses em sua totalidade, sendo que o maior ‘calote’ teria vindo do município.

Sem os R$ 13,5 milhões que deveriam ser repassados pela Prefeitura Municipal, o hospital não tem conseguido se manter e o colapso já pode ser identificado pela necessidade, inclusive, do ‘empréstimo’ de medicamentos de outras unidades hospitalares, como o Hospital Regional.

O estoque de gaze medicinal, soro, seringas, agulhas, material de desinfecção de leitos e de alguns medicamentos imprescindíveis, como antibióticos, está praticamente zerado. Fornecedores que até então vinham entregando ao hospital insumos assim que recebiam pagamentos em atraso, deixaram de atender o hospital e agora exigem pagamento à vista.

 “O que estamos fazendo é comprar estoques de produtos e medicamentos em pequenas quantidades, negociando cuidadosamente com esses fornecedores e contando com ajuda de outros hospitais, que nos emprestam quando possível”, declarou.

As cirurgias eletivas estão suspensas há uma semana e setor de emergência continua funcionando, mas já é necessário que seja de forma reduzida. “Estamos tentando manter normalizado, principalmente a ortopedia também, que é referência aqui. Mas está difícil, estamos ainda avaliando o que dá pra ser feito, para evitar que pare totalmente e a saúde entre em total colapso”, disse.

O prefeito Alcides Bernal afirma que tem repassado os valores ‘rigorosamente em dia’ e que, inclusive, desde sua volta à administração municipal, já teria repassado R$ 40 milhões. Segundo ele, a Santa Casa é o segundo maior gasto da prefeitura, depois da folha de pagamento dos servidores. “Já repassamos R$ 200 milhões esse ano, R$ 3,3 na semana passada, temos feito nossa parte”, declarou.