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Cidades

30/05/2018 11:03

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Mesmo com greve chegando ao fim, produtores calculam prejuízos em MS

Com a paralisação, 400 mil toneladas de soja devem deixar de embarcar; caminhoneiros sinalizaram fim da greve nesta manhã

Mesmo após pronunciamento do governo federal acatando alguns pedidos dos caminhoneiros, a greve, que completou oito dias, mantém trechos bloqueados, impedindo o transporte de cargas no país. Dados da empresa Agro Consult comprovam que o setor do agronegócio é um dos pontos mais afetados pela paralisação, com problemas gravíssimos.

De acordo com o relatório, na cadeia da soja, o impacto ainda é considerado moderado, mas pode se tornar gravíssimo caso a greve permaneça. “As exportações foram temporariamente asseguradas pela soja estocada nos portos. A partir de agora a situação começa a complicar. Cerca de 400 mil toneladas devem deixar de ser embarcadas a cada dia que a greve continuar. Mesmo que as rodovias sejam desbloqueadas, levará algum tempo para normalizar o escoamento. Antes da greve, nossas projeções indicavam que o volume de embarques em junho e julho deveria ser muito próximos do recorde para esses meses. Se parte das exportações tiver de ser postergada, aumentará a competição com o milho nos canais logísticos de agosto em diante”;

Além disso, o relatório aponta que outros efeitos estão sendo afetados. O setor da colheita de milho gera preocupação, mas conforme o documento emitido, 95% da primeira safra já foram colhidos e armazenados. “Resta por colher metade da área na Bahia e no Maranhão, onde os produtores mantêm as lavouras no campo devido às limitações de estocagem. O período seco nessa região permite que o grão fique no campo por mais tempo sem maiores perdas”, aponta o relatório.

Confira abaixo a situação dos setores do agronegócio diante da paralisação:

Milho 2ª Safra

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O impacto é MODERADO para o milho 2ª safra.

• Até agora os efeitos da greve dos caminhoneiros sobre o milho safrinha são pequenos. Mas se a situação persistir por mais tempo, a ponto de comprometer o avanço da colheita e o escoamento da produção, o impacto tende a crescer.

• Projetamos que até o fim da primeira quinzena de junho, de 2 milhões a 2,5 milhões de toneladas devam ser colhidas no Mato Grosso.

• A colheita vai demorar um pouco mais para começar nos demais estados produtores. Neles, os efeitos da greve sobre o milho safrinha ainda são pequenos. Quase não há trabalho de campo nesse período da safra.

• É preciso considerar uma queda na demanda doméstica de milho causada pela morte de aves e suínos que não receberam ração durante a greve (veja mais detalhes na seção sobre aves, suínos, bois e leite).

Algodão

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O impacto na cadeia do algodão é MODERADO.

• As lavouras estão em fase de pré-colheita no Mato Grosso e na Bahia. As áreas devem começar a ser colhidas no início de junho nesses dois estados. Se a distribuição de diesel continuar comprometida, o início do trabalho será prejudicado.

• Agronomicamente, não há pressa para colher. O clima seco favorece a opção de manter as lavouras no campo por mais tempo que o necessário. No entanto, é preciso considerar que os produtores têm contratos de entrega para cumprir com tradings e indústrias.

• Para as lavouras que ainda estão em desenvolvimento, é preciso considerar que os trabalhos de campo são intensos, demandando diesel e combustível para aviação, utilizada nos tratos culturais (aplicações de defensivos). Limitações desses insumos ainda podem causar alguns problemas nesse período do ano.

Cana-de-açúcar

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O impacto é GRAVE no setor de cana-de-açúcar.

• A região Centro-Sul está em pleno início de safra. As usinas moeram de 10% a 15% da cana esperada para a safra.

• Hoje, 28 de maio, cerca de metade do setor está parado por falta de óleo diesel para abastecer as frentes de colheita de cana.

• Escoar o etanol é outro problema. Os tanques das usinas já estão cheios e praticamente não há mais capacidade de estocagem.

• O impacto na moagem de cana no curto prazo é grande, mas ainda é cedo para falar em redução da moagem para a safra como um todo. A estimativa atual para a temporada é que sejam processadas 570 milhões de toneladas, com viés de baixa.

• O caixa das usinas fica comprometido pela forte redução das exportações e pela completa paralisação das vendas de etanol.

• Não se pode descartar o risco de que as medidas anunciadas pelo governo para o diesel – controle de preços e redução de tributos – sejam estendidos também para a gasolina nas refinarias. Isso teria impacto direto no mercado de etanol, que nos últimos meses se manteve competitivo devido à política de preços livres para a gasolina.

Trigo

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O impacto é ELEVADO para o setor de trigo.

• As lavouras estão em pleno plantio. No Paraná, 52% da área foi plantada. Em algumas regiões a semeadura está bastante avançada. É o caso do Oeste, onde 90% da área já foi implantada.

• No Rio Grande do Sul, o plantio ainda está começando.

• A falta de combustível (essencial para o andamento do plantio) poderá levar a uma redução da área plantada no Rio Grande do Sul e em partes do Paraná.

Café

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• Na cadeia do café, o impacto é ELEVADO. Mas poderá se tornar GRAVE se a distribuição de óleo diesel não se normalizar nos próximos dias.

• A colheita está prestes a iniciar em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo. O ano é de supersafra (58,4 milhões de sacas) e os cafezais estão bem carregados.

• É preciso considerar que boa parte da colheita ainda é manual, mitigando o impacto da falta de combustível. Mas o transporte de mão-de-obra e da produção já foram afetados.

• Já há atrasos na exportação de café.

Laranja

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O impacto na produção de citros é ELEVADO.

• Os pomares de Minas Gerais e de São Paulo estão em plena colheita.

• A colheita da laranja ainda é manual, mas a dificuldade de transportar a mão-de-obra até os pomares e a produção até as indústrias começa a reduzir o andamento do trabalho..

• As exportações de suco de laranja também já começam a ser afetadas.

Fertilizantes

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O Impacto é MODERADO no setor de fertilizantes.

• Historicamente, as entregas de fertilizantes se concentram no 2º semestre do ano. Mas no final do 1º semestre o volume de vendas e entregas começa a aumentar. Nas últimas cinco safras, as entregas e maio representaram de 6% a 8% do total do ano.

• Junho tem uma relevância um pouco maior (de 7% a 9% das entregas nas últimas cinco safras). Por isso, caso a greve persista até a virada do mês e daí em diante, o impacto para o setor poderá ser considerado “ELEVADO”. Nesse caso, as entregas para a safra 2018/19 no Centro-Oeste e nas demais regiões começarão a ficar comprometidas.

• Para mitigar o impacto após a greve, há a possibilidade de aumentar o uso de elementos simples e de reduzir os estoques da indústria. 

• Pode haver uma corrida dos produtores rurais às compras, o que elevaria os preços dos fertilizantes e do custo dos fretes.

Aves – Suínos – Boi – Leite

Baixo Moderado Elevado Grave

Impacto da Greve dos Caminhoneiros sobre o Setor

• O impacto é GRAVE para o setor de proteína animal.

• Segundo comunicado da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) a morte de animais em larga escala já é uma realidade após o 7º dia de paralisação dos caminhões.

• As relações de troca de aves e suínos – que já estavam desfavoráveis aos produtores devido à quebra da produção de milho safrinha e da safra na Argentina – tornam-se, nesse momento, um mero indicador ruim. O grande problema está na paralisação de mais de 167 plantas de abate e de processamento de carnes, cuja produção não pode ser escoada.

• A recuperação do ciclo de produção pode demorar quase seis meses para os suínos e quase dois meses para as aves.

• Na bovinocultura, o início do inverno e o enfraquecimento das pastagens fará com que os bois gordos prontos para abate percam peso a pasto. Quando a operação dos frigoríficos voltar ao normal, o produtor estará fragilizado para negociar.

• No leite a captação está paralisada nas mais importantes bacias produtoras. Há muito leite sendo jogado fora ou sendo utilizado, inclusive, para “irrigar” plantações. A redução na ração fornecida às vacas já está ocorrendo.

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