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há 3 anos

Professora atacada por "defensores do agro" e bolsonaristas não é caso isolado em MS

Aluna da cidade de Bonito sentiu-se "ofendida" porque o tema envolveu pontos do agronegócio. Ela gravou a aula da professora de geografia, que virou alvo de moradores e políticos

O caso de uma professora acusada de "menosprezar o agronegócio", perseguida por moradores e políticos de Bonito, não é isolado, diz o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), professor Jaime Teixeira. A Federação registrou ao menos três casos no último trimestre de 2021 em Mato Grosso do Sul.

Bolsonaristas, apoiadores da extrema-direita e organizações que defendem a chamada "escola sem partido" estão por todo o Estado. O problema é que as acusações contra os professores são fantasiosas, na maioria das vezes. A falta de entendimento sobre temas importantes como a educação ambiental, como nesse exemplo de Bonito, fez com que o pai da aluna se sentisse ofendido e acusasse a educadora de "menosprezar o agronegócio".

Como se não bastasse, o pai da aluna a incentivou a gravar as aulas via celular, procurou o prefeito da cidade Josmail Rodrigues (PSB), indicou que a professora era militante por ser casada com um indígena e ainda incentivou a filha a acionar a PM contra a professora. Tudo isso, por conta do tema ambiental incluso na disciplina de geografia.

O presidente da Fetems explica que o problema em que professores são acusados por aulas encaixadas nas disciplinas estão se tornando cada vez mais comuns em Mato Grosso do Sul. Para ele, o que ocorre é um erro de interpretação da extrema-direita, que por vezes interpreta erroneamente o conteúdo.

"A gente enfrenta esse problema em todo o Estado. Tivemos uma situação na escola Joaquim Murtinho em Campo Grande, em Nova Alvorada do Sul e Aquidauana, além desse de Bonito. Há um movimento de defensores do presidente Jair Bolsonaro, que também defendem a chamada 'escola sem partido', que nós chamamos da 'lei da mordaça', que tem feito uma espécie de monitoramento ideológico em cima dos professores. Mas a maioria dos casos que acompanhamos até agora não existe militância, e as acusações são originadas de fake news. Os professores estão dando a sua disciplina e essas pessoas de extrema-direita estão interpretando dessa forma".

Teixeira disse que a federação está à disposição para dar apoio jurídico à professora de Bonito e a todos os outros que estiverem sofrendo de alguma maneira. 

A Fetems vai emitir nota pública rebatendo as acusações. "Os professores são muito responsáveis e todo o conteúdo está dentro do processo pedagógico na escola."

Problema ambiental existe sim!

No material apresentado pela educadora de geografia da Escola Estadual Bonifácio Camargo Gomes, de Bonito-MS, estava a matéria “Os números mostram: agronegócio recebe muitos recursos e contribui pouco para o país”, publicada pelo Joio e o Trigo em 7 de outubro. No conteúdo, nada de tão absurdo já que o papel do professor, além de "jogar" o conteúdo aos alunos, também é estimular o senso crítico e mostrar diversas faces de um tema.

Além disso, "os defensores do agro" de Bonito-MS devem lembrar que já foi constatado que o município sofre com inúmeros problemas ambientais por conta de produtores inconscientes, que deterioraram margens de rios.

Agora, rios de lama em épocas de chuva são um exemplo comum da degradação ambiental, que dão notícia ao nível nacional, ou seja, a cidade não está imune e sim o agro tem os pontos negativos. 

Inclusive, foi necessário que o Governo do Estado intervisse propondo, na Assembleia Legislativa, projeto de lei  já aprovado que protege os banhados dos rios Da Prata e Formoso para garantir o equilíbrio ambiental. 

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